Venezuela detém dois ex-presidentes da PDVSA acusados de corrupção

Detenções ocorrem em meio a investigações na estatal, recentemente declarada em default

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CARACAS - As autoridades da Venezuela detiveram ontem o ex-ministro do Petróleo Eulogio del Pino. Nelson Martínez, que também presidiu a Petroleos de Venezuela S/A (PDVSA), e Nelson Martínez, ex-presidente da estatal, como parte da investigação por atos de corrupção que está sendo realizada pelo Ministério Público venezuelano, informou o procurador-geral Tarek Saab.

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A PDVSA éa principal empresa da Venezuela e produz menos de 2 milhões de barris de petróleo por dia Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

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Na semana passada, o presidente Nicolás Maduro trocou toda a cúpula da PDVSA e a entregou a generais do Exército. A empresa encontra-se em dificuldade para pagar dívidas contraídas no mercado internacional e viu a produção de petróleo cair para menos de 2 milhões de barris por dia neste ano. 

Tanto Martínez quanto Del Pino estiveram na presidência da PDVSA e ocuparam o Ministério do Petróleo durante este ano, mas, em agosto, o presidente Nicolás Maduro decidiu fazer uma mudança nos cargos entre esses funcionários.

Martínez foi detido por sua “suposta ligação com a assinatura do contrato de refinanciamento da dívida da empresa Citgo Petroleum Corporation – a maior filial da PDVSA nos EUA – sem a aprovação do Executivo nacional”, um fato pelo qual foram detidos os diretores da empresa na semana passada. Segundo Saab, os detidos revelaram que Martínez tinha conhecimento do contrato.

Del Pino, por sua vez, foi preso por supostamente ser responsável “pelo esquema de corrupção envolvendo a Petrozamora”, outra filial da PDVSA, na qual foram perdidos 15 milhões de barris diários. Os ex-ministros foram acusados pelos crimes de “peculato, desvio de função de funcionário público e formação de quadrilha”. Além disso, Martínez é acusado de “lavagem de dinheiro”, enquanto Del Pino é acusado de “descumprimento do regime de Segurança Nacional” e “uso indevido de sistemas de informação e danos à indústria petrolífera”. 

“Del Pino é vinculado à alteração intencional de números fiscalizados de produção de petróleo, de 2014 até 2017, quando estava na direção executiva de exploração e produção da PDVSA”, disse Saab, que se comprometeu a livrar a companhia da corrupção.

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No domingo, Maduro nomeou para a presidência da PDVSA o general Manuel Quevedo, a quem pediu para fazer uma “limpeza” na estatal. Este semestre também foram detidos 65 executivos por crimes de corrupção na indústria petrolífera. Segundo Saab, pelo menos 16 deles ocupavam “cargos de alto escalão” na principal companhia da Venezuela, responsável por 96% dos ingressos de moeda forte no país.

As prisões ocorrem após a Venezuela e a PDVSA terem sido declaradas em default por um grupo de credores. Os bônus representam 30% da dívida externa do país, estimada em US$ 150 bilhões. Maduro tenta renegociar o que deve.  /REUTERS, AFP e EFE

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