Venezuela é acusada de forjar prova sobre plano para matar Maduro

Empresa de investigação contratada por opositor acusado realizou perícia e disse que e-mails apresentados pelo governo eram falsos

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Atualização:

CARACAS - Autoridades venezuelanas usaram e-mails forjados para acusar opositores ao governo de fazer parte de um plano para matar o presidente do país, Nicolás Maduro, afirmou uma empresa de investigação particular contratada por um dos acusados.

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Em maio, líderes do partido governista disseram que um grupo de opositores políticos estava se preparando para dar um golpe de Estado e "aniquilar" Maduro. Para provar as acusações, os governistas mostraram imagens de e-mails.

A empresa Kivu Consulting realizou uma perícia em alguns desses e-mails e afirmou, em um relatório divulgado terça-feira 1, que as imagens dos e-mails revelaram "muitas indicações de manipulação do usuário".

Segundo o relatório, registros obtidos do Google sob intimação mostraram que mensagens atribuídas ao consultor Pedro Burelli jamais foram enviadas. "Os e-mails claramente são falsificações e não refletem imagens reais da tela do computador", diz o documento. "Não há prova da existência de quaisquer e-mails entre as contas de e-mail de Pedro Burelli no Google e os supostos destinatários nessas datas (citadas pelos governistas)."

Os advogados de Burelli são usuários dos serviços da Kivu e chamaram as acusações de "farsescas e difamatórias". O Ministério da Informação não respondeu a telefonemas da agência Reuters pedindo comentários sobre o assunto.

Autoridades do partido governista haviam dito que a deputada cassada da oposição María Corina Machado e o ex-embaixador venezuelano na ONU Diego Arrias faziam parte do plano. Eles negaram as acusações. / REUTERS

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