Venezuela: ex-ministro desiste de candidatura para facilitar unidade opositora

Mesmo assim, o atual presidente do país, Hugo Chávez, é o candidato favorito à reeleição, com mais de 50% das intenções de votos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro venezuelano Teodoro Petkoff renunciou nesta sexta-feira de sua candidatura presidencial para facilitar um acordo que permitirá que a oposição concorra com apenas um candidato nas eleições de dezembro, nas quais Hugo Chávez tentará se reeleger. Petkoff, o ex-deputado e líder do minoritário Partido Primeiro Justiça (PPJ, centro-direitista), Julio Borges, e o governador do Estado de Zulia, Manuel Rosales, são os únicos dos 17 candidatos da oposição à presidência que aparecem nas sondagens eleitorais com aceitação popular. "A desistência de minha candidatura neste momento procura facilitar a obtenção de um acordo unitário - e neste caso entre Borges e Rosales, que ainda não aconteceu -, mas que espero que ocorra", anunciou Petkoff. Os três oposicionistas têm, juntos, entre 15% e 20% de aceitação entre o eleitorado venezuelano, enquanto Chávez tem entre 50% e 70% de aceitação, segundo pesquisas. Ex-guerrilheiro e editor do jornal Tal Cual, Petkoff declarou que mesmo sem disputar a eleição, manterá sua luta política para combater a catástrofe totalitária que ameaça a nação, referindo-se à possível reeleição de Chávez. Ele destacou também que caso a oposição venezuelana concorra às eleições presidenciais dividida, não só terá assegurada a derrota, como duplicará as possibilidades de abstenção e a passividade eleitoral. Minutos após o anúncio de Petkoff, Borges pediu "um voto de confiança" aos venezuelanos em relação aos esforços que realiza com Rosales em busca de um acordo unitário. Ele prometeu também que a oposição terá um candidato único antes da próxima terça-feira e chamou de valiosa a atitude de Petkoff contra o governo de Chávez. Porém, um setor da oposição venezuelana, liderado pelo partido social-democrata Ação Democrata (AD), promove a abstenção nas eleições de dezembro e critica dura e constantemente os opositores que aspiram participar das eleições.

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