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Venezuela pede aos EUA extradição de militante anticastrista

Luis Posada Carriles é considerado o responsável por um atentado contra um avião cubano que deixou 76 mortos na década de 1970

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo venezuelano propôs nesta terça-feira a realização de uma "campanha mundial" para que os Estados Unidos entreguem a Venezuela o militante cubano anticastrista Luis Posada Carriles, "para que seja julgado por seus crimes". A proposta foi elaborada pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, durante um ato público em Caracas. Maduro lembrou que no próximo dia 6 de outubro será o aniversário de 30 anos do atentado contra um avião cubano que levou à morte de 73 ocupantes, em sua maioria atletas da nação comunista. A Venezuela considera Posada Carriles responsável pelo atentado e pediu aos Estados Unidos sua extradição em 13 de maio de 2005. O suposto terrorista se encontra detido nos EUA sob custódia das autoridades da imigração, que desde maio do ano passado o acusam de entrar ilegalmente no país. Porém, um juiz de El Paso, no Texas, recomendou na segunda-feira sua liberdade. Nascido em Cienfuegos, em Cuba, no ano de 1928, Posada Carriles foi ex-agente da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) e diretor da polícia política venezuelana durante o governo de Carlos Andrés Pérez (1974-1979). Posada, que se nacionalizou venezuelano, é procurado pela justiça desde 1985, quando fugiu da prisão de San Juan de los Morros, 143 quilômetros ao sul de Caracas, enquanto esperava o resultado da apelação apresentadas pelos seus advogados contra a sentença que o condenou. Um tribunal venezuelano determinou "a culpabilidade e a conseqüente responsabilidade criminal de Posada e de Orlando Bosh como co-autores" pelo atentado contra o avião, segundo consta o pedido de extradição apresentada aos Estados Unidos. "Por esse feito, Luis Posada recebeu uma sentença como co-autor nos crimes de homicídio grave e fabricação de armas de guerra", acrescentou o documento. Maduro, que qualificou Posada como "um dos maiores terroristas do mundo", expressou que tanto há 30 anos como agora "os terroristas estão no mesmo lugar, ontem com (Ronald) Regan e hoje com (George W.) Bush".

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