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Venezuela reage e diz que Negroponte ameaça a democracia

Caracas questiona as ´verdadeiras intenções dos EUA para a América Latina´

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo da Venezuela anunciou seu "repúdio" às críticas de John Negroponte, futuro número dois do Departamento de Estado americano, sobre o presidente Hugo Chávez. Em comunicado, a chancelaria venezuelana afirmou, nesta terça-feira, que o discurso do americano traduz "expressões desesperadas" da "elite belicista que governa" os Estados Unidos. Negroponte acusou Chávez de tentar "exportar seu populismo" e de supostamente ser uma força negativa para a região, durante uma audiência no comitê do Senado que deve confirmar sua nomeação no Departamento de Estado. No comunicado, a chancelaria venezuelana também respondeu que quem representa uma "real ameaça para a paz e a democracia" na América Latina é Negroponte, e perguntou "quais são as verdadeiras intenções" dos EUA "para a Venezuela e a região". "Ninguém acredita que os EUA estejam pensando numa nova política para a América Latina quando os encarregados são sujeitos como o senhor Negroponte", que, segundo a nota, dirigiu ações "genocidas e imperialistas" na América Central durante nos anos 80. No comitê do Senado, Negroponte defendeu "uma ação mais robusta na América Latina, porque devido ao vazio de políticas os Chávez deste mundo ganham um papel maior do que deveriam". A Venezuela "ratifica seu repúdio e rejeição a expressões desesperadas e intervencionistas da elite belicista e imperial que hoje governa os EUA", diz o comunicado oficial. Segundo o governo venezuelano, a Casa Branca assumiu a atitude "devido às mudanças que os povos da América Latina e o Caribe assumiram de maneira soberana, rompendo os laços de dependência que por décadas submeteram a região ao atraso, à pobreza e à desigualdade". "Por um lado, o governo de Bush envia mensagens de diálogo e de querer mudar a política. Pelo outro, funcionários como o senhor Negroponte agridem de maneira descarada, mantendo a conduta imperialista e intervencionista dos anos da Guerra Fria", acusou o comunicado. Ao chamar Negroponte de "real ameaça à paz e a democracia", a chancelaria venezuelana citou o funcionário como "instrumento de uma política genocida e imperial na América Central" nos anos 80. Ao "histórico macabro" de Negroponte na América Central "se soma seu fracasso recente como ex-embaixador no Iraque e ex-chefe de Segurança Nacional dos Estados Unidos", disse a chancelaria.

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