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Venezuela realiza eleição parlamentar com alto comparecimento

Depois de boicote em 2005, oposição tenta acabar com maioria governista na Assembleia Nacional.

Por BBC Brasil
Atualização:

A votação deste domingo nas eleições legislativas da Venezuela foi encerrada e, segundo o Conselho Nacional Eleitoral o comparecimento foi alto e o processo foi tranquilo. No entanto, de acordo com a vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Sandra Oblitas, os locais de votação se manteriam abertos até que todos os eleitores que estavam nas filas pudessem votar. Oblitas acrescentou que o dia de eleição parlamentar foi marcado pela "tranquilidade e a paz" e que os locais de votação registraram "comparecimento altíssimo". A Venezuela tem mais de 17 milhões de eleitores. Mais cedo, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, informou que foram registradas "pequenas ocorrências" em alguns locais de votação, mas "foram controladas". "Tudo o que aconteceu, conseguimos atender com rapidez", afirmou. A eleição, que vai resultar na recomposição do Parlamento, contou com a participação da oposição, que boicotou a eleição de 2005, mas agora visa reconquistar algumas das vagas na Assembleia Nacional, dominada pelo partido governista, o PSUV, do presidente Hugo Chávez. Pesquisas de opinião sugeriram que o resultado pode ser apertado na votação que está sendo vista como um teste de popularidade para Chávez antes das eleições presidenciais de 2012. A Venezuela automatizou o sistema de votação e os primeiros resultados devem ser divulgados dentro de algumas horas. Grandes filas se formaram nos locais de votação em Caracas logo pela manhã e, segundo o correspondente da BBC em Caracas Will Grant, a eleição transcorreu em um clima de calma e ordem, em meio a muita segurança. Depois das recentes chuvas fortes e deslizamentos de terra, que mataram várias pessoas, havia o temor de que mais problemas ocorressem no domingo e afetassem o comparecimento dos eleitores. Mas, de acordo com o correspondente da BBC, o tempo neste domingo estava bom, o que sugeria que qualquer abstenção poderia ser politicamente motivada. O próprio presidente Chávez postou várias mensagens em sua página no Twitter estimulando os venezuelanos a irem às urnas. Chávez pediu que os 17 milhões de eleitores evitassem a desestabilização de sua "revolução" e pediu que seus partidários votassem em um "grande ataque" que iria "demolir" a oposição. Previsões Prevendo um comparecimento de 70%, Chávez afirmou que a eleição é a prova de que a Venezuela tem uma democracia saudável. "Todos sabem que seus votos serão respeitados", afirmou. A base governista deverá conquistar a maioria das 165 cadeiras do Parlamento, de acordo com pesquisas de opinião. No entanto, o chavismo corre o risco de perder a maioria qualificada, equivalente a 110 cadeiras, o que permitiria à oposição frear a aprovação de leis que permitam radicalizar o projeto da revolução bolivariana. A oposição, por sua vez, luta por conquistar pelo menos 67 vagas, o que impediria que os chavistas obtivessem a maioria simples no Parlamento. Sem a maioria simples, a base governista teria que negociar a aprovação de leis orgânicas ou a nomeação de representantes das Cortes do país. Félix Aroyo, porta-voz da Mesa da Unidade Democrática, grupo que reúne as candidaturas dos partidos opositores, afirmou que o grupo precisa "da maioria dos votos para garantir uma verdadeira democracia em nosso país". A oposição não possui representação no Parlamento venezuelano, desde 2005, quando decidiu retirar suas candidaturas na última hora e optou por não concorrer às eleições, alegando supostas irregularidades no processo eleitoral, que não foram comprovadas posteriormente. Desde então, a Assembleia Nacional é governada por maioria governista absoluta. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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