CARACAS - Um total de 11.466 crianças morreram durante o ano de 2016 na Venezuela, 30,12% a mais do que as mortes registradas no ano anterior, revelou na quarta-feira, 10, o relatório epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde venezuelano depois de três anos sem tornar público os dados oficiais.
A maior quantidade de mortes foi registrada no Estado de Zulia, no noroeste do país, com 1.409 casos, seguido por Carabobo, com 928, Aragua, com 888, Bolívar, com 802, e Distrito Capital, com 735 mortes. Entre as causas de morte mais frequente citadas pelo estudo estão a sepse neonatal, pneumonia, doença da membrana hialina e parto prematuro.
O relatório também revela o acumulado anual de 756 casos de mortalidade materna, um aumento do 65,79% em comparação com o ano anterior. Grande parte dos casos também aconteceu em Zulia: 107.
Além disso, o Ministério da Saúde registrou 324 casos de difteria, uma doença infecciosa aguda que afeta às vias respiratórias, e 59.348 casos de zika.
O órgão ainda relatou um acumulado de 29.263 casos de dengue durante o ano passado, dos quais 23.086 casos (78,89%) são "dengue sem sinal de alarme", 6.064 (20,72%) são "dengue com sinal de alarme" e 113 (0,39%) são dengue grave.
O relatório também apresenta um aumento nas infecções por malária, que até a 52ª semana de 2016 tinha registrado 240.613 casos, "o que representa aumento de 76,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 136.402 casos", segundo o ministério.
A Sociedade Venezuelana de Infectologia (SVI) tem exigido que o governo informe aos médicos e a população sobre os quadros infecciosos existentes no país, especialmente durante os últimos dois anos em razão da deterioração do sistema de saúde da Venezuela. / EFE