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Venezuela teria brecha para entrar no Mercosul

Ingresso se tornou possível com ausência do Paraguai, que barrava entrada do país

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Por Redação
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MENDOZA - Os presidentes Dilma Rousseff, o uruguaio José Mujica e a argentina Cristina Kirchner avaliariam nesta manhã a eventual entrada da Venezuela no Mercosul. Esse ingresso seria possível graças à ausência do Paraguai na cúpula, já que o país estava barrando a entrada venezuelana há vários anos. A suspensão paraguaia, que poderia durar vários meses, abriria uma brecha para concretizar a entrada da Venezuela.Veja também:linkMercosul define sanções leves contra ParaguailinkAmérica do Sul discute medidas que podem isolar ParaguailinkChanceleres do Mercosul definem detalhes da suspensão do ParaguaiCaracas enviou seu chanceler, Nicolás Maduro, para participar da reunião do Mercosul em Mendoza. Além disso, o presidente Hugo Chávez poderia viajar ainda hoje a Mendoza para participar da cúpula, e assim, reforçar o pedido para entrar como membro pleno no bloco do cone sul.Ontem, o chanceler brasileiro Antonio Patriota afirmou existe "um grande interesse em promover a plena participação da Venezuela, país que já participa das reuniões regulares. O chanceler (venezuelano) Nicolás Maduro está aqui, e nós queremos trabalhar para que se efetive no mais breve prazo a sua plena participação". Segundo o ministro Patriota, a entrada da Venezuela no Mercosul "é um tema que mantém toda seu todo seu interesse para os chefes de estado e de governo".Entrada adiada - A Venezuela solicitou sua entrada no Mercosul em julho de 2004 durante a cúpula do Mercosul de Puerto Iguazú. Em 2006 o pedido foi aceito pelos presidentes da região e posteriormente passou para a aprovação dos parlamentos dos países-sócios. No entanto, há quatro anos está paralisado no Senado do Paraguai, onde a oposição - que tinha a maioria - rejeitava a entrada venezuelana, na contra-mão do governo do ex-presidente Fernando Lugo, amigo do presidente Hugo Chávez. Na cúpula do Mercosul em dezembro passado em Montevidéu, o presidente uruguaio José Mujica propôs um "drible" ao Senado paraguaio com a criação daquilo que denominou de "variável jurídica" que permitisse que a Venezuela somente necessitasse a aprovação do presidente do Paraguai, prescindindo da câmara alta em Assunção.No entanto, a denominada "Fórmula Mujica" provocou grande polêmica em Assunção, onde a oposição ameaçou o então presidente Lugo de "julgamento político" caso aceitasse de forma direta a entrada da Venezuela, passando por cima do parlamento paraguaio. Na ocasião, o presidente Chávez - visivelmente irritado - afirmou que "mãos peludas" da "extrema direita" estavam tentando impedir a entrada de seu país como sócio pleno do Mercosul. O líder bolivariano lamentou que a Venezuela é há anos um "Estado associado" e não consegue ser aceita como "membro pleno". Depois, esbravejou: "para o Mercosul faltam várias coisas...uma delas é o Caribe. E a Venezuela tem o peito aberto para o Caribe!". 

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