Ventos fortes agravaram incêndios florestais na região central de Portugal

Fogo queima cerca de 9 mil hectares no centro do país; 33 pessoas ficaram feridas, uma em estado grave

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Por Redação
Atualização:

LISBOA - Ventos fortes agravaram nesta segunda-feira, 22, os incêndios florestais no centro de Portugal. Mais de mil bombeiros combateram o fogo, que forçou a retirada de moradores de vários vilarejos. De acordo com autoridades portuguesas, 33 pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. A Agência de Proteção Civil de Portugal disse que algumas casas foram destruídas pelas chamas. Ao todo, cerca de 9 mil hectares estão em chamas entre Vila de Rei, Sertã e Mação, de acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

Bombeiro trabalha para apagar fogo na cidade de Chaveira, região central de Portugal. Mais de mil bombeiros operam na nova onda de queimadas do país, que já deixou 33 feridos, um deles em estado grave Foto: Sergio Azenha/AP Photo

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Os incêndios são pequenos se comparados com o grande incêndio que atingiu a mesma região em junho de 2017, matando 64 pessoas e destruindo cerca de 55 mil hectares em poucos dias. No entanto, como as temperaturas podem chegar a 40 graus em algumas áreas, vários distritos dos municípios de Santarém e de Castelo Branco, a nordeste de Lisboa, estão em alerta máximo.

A Agência de Proteção Civil chegou a considerar nesta segunda que o fogo estava 90% controlado, mas alertou que os focos remanescentes exigiam “atenção”, já que os ventos aumentaram no final do dia, atiçando as chamas em meio à secura do terreno.

Coberto de eucaliptos e pinheiros, o centro de Portugal é frequentemente atingido por incêndios no verão. O terreno acidentado dificulta o acesso dos bombeiros e o combate ao fogo. Os moradores dos vilarejos, além das autoridades locais disseram não haver bombeiros e recursos suficientes para combater as chamas.

Altamente afetada pelo êxodo rural, a área é hoje habitada principalmente por pessoas idosas. À medida que campos e pastagens são abandonados, as florestas não são mais cuidadas e a vegetação rasteira facilita o alastramento do fogo.

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que visitou um homem gravemente ferido transferido para um hospital de Lisboa, expressou “sua solidariedade aos bombeiros e à população afetada”. “Infelizmente, o terror voltou. Já estamos fartos!”, reclamou Ricardo Aires, prefeito de Vila de Rei, uma das cidades atingidas.

A polícia já abriu uma investigação para determinar as circunstâncias dos incêndios florestais. “Como é possível que cinco incêndios de dimensões significativas tenham começado em lugares tão próximos?”, questionou o ministro do Interior, Eduardo Cabrita.  Um homem de 55 anos foi preso no domingo, suspeito de ter iniciado o incêndio perto de Castelo Branco, embora aparentemente ele não esteja ligado aos grandes focos que começaram no sábado. / REUTERS e AP

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