Vice do Iraque reconhece que forças estrangeiras ainda não podem sair

Hashemi disse aos chefes de Estado e Governo do Movimento dos Países Não-Alinhados (Noal), que realizam sua 14ª cúpula, que seu país "está dando passos decisivos neste período de transição", mas também "passa por momentos muito difíceis"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente do Iraque, Tareq Al Hashemi, reconheceu neste sábado em Havana que, "embora seja desejável", as tropas estrangeiras que estão em seu país não podem sair ainda, devido à falta de segurança em todo o território. Hashemi disse aos chefes de Estado e Governo do Movimento dos Países Não-Alinhados (Noal), que realizam sua 14ª cúpula, que seu país "está dando passos decisivos neste período de transição", mas também "passa por momentos muito difíceis, com terrorismo e violência, que não conhecia antes". Esta situação, segundo o vice-presidente iraquiano, "não é só conseqüência da guerra dos Estados Unidos e seus aliados e dos flagrantes erros de depois, grande parte corresponde ao regime anterior". "O Iraque de hoje vive na intervenção e no acerto de contas (...), há assassinatos, destruição", disse Hashemi, acrescentando que "a máquina de guerra destruiu toda a infra-estrutura, o povo sofre com falta de água, um retrocesso do ponto de vista sanitário, da produção, da indústria, da agricultura". "O Iraque está ocupado, sem soberania. Queremos que os iraquianos possam dirigir seu país sem ingerências, mas infelizmente não será logo", lamentou. O vice-presidente iraquiano afirmou que, "se a presença estrangeira é uma ameaça para a paz, a retirada é desejável, mas quando for solicitada deve ser uma decisão lógica e aceitável". "Não será possível fazer enquanto continuar a confusão (...), os iraquianos temem o vazio que possa surgir do ponto de vista da segurança", acrescentou. Hashemi disse que há um programa de reconstrução e um calendário, e "o Iraque está completamente de acordo com a concretização desses objetivos". Além disso, considerou que a região do Oriente Médio "deve ser desarmada", em referência ao armamento nuclear, e "colocar fim à violência em vez de estar falando ou dar soluções militares". O vice-presidente iraquiano reafirmou também a solidariedade do seu país à Palestina e ao Líbano, e pediu aos membros do Noal que denunciem oficialmente Israel ao final da cúpula.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.