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Vice-premiê do regime de Saddam Hussein é condenado à morte no Iraque

Tareq Aziz participou da depuração de partido religiosos; outros dois são sentenciados

Atualização:

BAGDÁ - ex-vice-premiê de Saddam Hussein durante o período de ditadura no Iraque Tareq Azizfoi condenado à morte nesta terça-feira, 26, por vinculação com execuções extrajudiciais e o deslocamento forçado de curdos.

 

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Aziz foi condenado à forca pelo Tribunal Penal Supremo junto ao antigo ministro do Interior, Saadoun Shaker, e Abdel Hamid Mahmoud, secretário pessoal do ex-ditador Saddam Hussein, pela relação com a depuração dos partidos religiosos, segundo a televisão iraquiana Al-Iraqiya.

 

Tareq Aziz, de 74 anos, foi uma das faces mais visíveis do regime iraquiano de Saddam Hussein. Ele era o vice do ditador, que ostentava os cargos de presidente e primeiro-ministro.

 

Antes da execução das penas capitais, o Conselho Presidencial, formado pelo presidente o país e seus dois vice-presidentes, terá que dar sinal verde.

 

O órgão já rejeitou a aplicação de duas penas de morte. Em fevereiro de 2008, foram barradas as execuções de Hussein Rachid al-Tikriti, chefe da Guarda Republicana, e Hashim Ahmed, ex-ministro da Defesa, culpados pelo assassinato de milhares de civis curdos.

 

Trata-se da terceira condenação - a primeira à morte - imposta a Aziz, que entregou-se às forças americanas em 2003, pouco depois da invasão do país. O processo que ditou a sentença, no qual também foram julgadas outras 22 pessoas, começou em 16 de agosto de 2009 para delimitar as responsabilidades dos acusados no caso de depuração dos partidos religiosos.

 

Entre as medidas tomadas pelo regime de Saddam neste sentido destaque para emissão de um decreto por parte do Conselho do Comando Revolucionário iraquiano, em março de 1980, pelo qual se castigava com a morte a militância no partido Dawa, atualmente dirigido pelo primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki. Em virtude desse decreto, em 9 de abril desse ano foi executado o fundador deste partido xiita, Muhammad Baqir al-Sadr.

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Em 3 agosto de 2009, Aziz foi condenado a sete anos de prisão por sua participação no deslocamento forçado dos curdos do norte do país na década dos 80. A atuação foi classificada pelo juiz que presidiu o julgamento como um crime contra a humanidade.

 

Em março desse mesmo ano tinha sido condenado a outros 15 anos de prisão pela vinculação na execução de 42 empresários iraquianos em 1992, que supostamente tinham acordado subir os preços após a crise suscitada pela Guerra do Golfo.

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