Vice-premiê turco pede calma e promete reunir-se com manifestantes

Protestos que vem sendo reprimidos na Turquia desde sexta-feira passada já deixaram dois mortos

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Por Redação
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O vice-primeiro-ministro da Turquia, Bulent Arinç, que chefia o Executivo do país enquanto o premiê Recep Tayyip Erdogan está em viagem pelo Norte da África,  prometeu se reunir com os líderes dos protestos de rua que abalam o governo do partido islâmico moderado Justiça e Liberdade (AKP). Arinç disse que as manifestações são "legítimas e justas", mas condenou o uso da violência.

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Em entrevista coletiva concedida em Ancara após uma reunião com o presidente turco, Abdullah Gul, o número dois do governo islamita moderado reconheceu que a violência exagerada da polícia no começo dos incidentes no parque provocou uma reação.

"Estamos abertos a todas as reações mas não deve haver violência. A reação do povo no parque foi legítima e justa, mas esta reação legítima foi utilizada com abuso por grupos marginais ilegais", afirmou o vice-primeiro-ministro turco.Os violentos protestos que vem sendo reprimidos  na Turquia desde sexta-feira passada já deixaram duas pessoas mortas. Além disso, centenas ficaram feridas e foram detidas temporariamente durante os enfrentamentos com as forças da ordem.

A violência começou quando a polícia tentou retirar à força milhares de manifestantes do parque Gezi, em Istambul, onde as autoridades planejam construir um centro comercial. "Peço desculpas para aqueles (manifestantes) com sensibilidade ambiental pela violência policial usada no começo. Mas não temos desculpas para os violentos", disse Arinç.

Por outro lado, o vice-primeiro-ministro, que atua também como porta-voz do governo, acusou a imprensa estrangeira de comparar "intencionalmente" o sucedido com a Primavera Árabe. “Por que não o comparam com a ocupação de Wall Street? Como se comportou a polícia ali? Estas coisas se passaram na Espanha, Grécia, Reino Unido e Itália, onde a polícia atuou de forma similar”, criticou Arinç.

O vice-primeiro-ministro argumentou que a reações da imprensa estrangeira se devem ao mal-estar que sentem com o governo do AKP. “Os países estrangeiros fazem isso para debilitar o poder da Turquia e seu êxito econômico", assegurou, seguindo a mesma tese defendida ontem pelo primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan. Arinç disse que muitos manifestantes recebem ordens por meio de plataformas como o Twitter nos Estados Unidos. / EFE

Veja vídeo com protestos em Istambul:

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