Vice-premier iraquiano acusa Londres e Washington

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Por Agencia Estado
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O vice-primeiro-ministro iraquiano, Tarik Aziz, acusou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha de usarem "táticas duvidosas e mentirosas" ao atribuírem ao Iraque a posse de armas nucleares de destruição em massa. Aziz acusou os governos americano e britânico de pressionarem para levar a cabo um ataque a Bagdá utilizando "propaganda vil", em declarações feitas ao tablóide inglês The Mirror. "Espero que os leitores da Grã-Bretanha mudem de opinião sobre o que está acontecendo aqui e espero que o povo britânico detenha as acusações do primeiro-ministro Tony Blair e suas exigências ridículas. Mas, acima de tudo, espero que algo de bom surja das negociações entre o meu país e a ONU", indicou Aziz. "As acusações feitas por Washington sobre a posse de armas de destruição em massa pelo Iraque são fascistas e imperialistas. Se as exigências de Bush e Blair estão preocupando o mundo, então esperamos que a verdade venha à luz o quanto antes", afirmou o vice. "Quando os inspetores da ONU visitaram nosso país na última oportunidade destruíram tudo, até equipamentos e móveis de escritório. Em muitos casos, destruíram até mesmo os aparelhos de ar condicionado", contou. "Somos uma nação guerreira e veremos como os EUA reagirão. Bush quer que nós, iraquianos, mudemos de governo - da mesma maneira que ocorreu no Afeganistão -, falando como se (os EUA) fossem um grande modelo. Mas nós não permitiremos que nos façam mudar porque somos uma civilização milenar, autora inclusive de muitas idéias, como a da própria Carta (constitucional)", disse o ministro de Saddam Hussein (numa referência ao Código de Hamurabi, resumo das primeiras leis civis escritas na antiga Babilônia). Aziz também acusou os EUA de quererem controlar as reservas de petróleo do Iraque através de um ataque militar. "Todos os países do mundo correm perigo. Se os EUA se apoderarem de nosso petróleo, então até a Europa, a Rússia e os países da América Latina correrão perigo diante das forças americanas", profetizou. "A luta do povo iraquiano contra as políticas dos EUA são uma luta internacional e não apenas do povo árabe. Os ataques contra os iraquianos caracterizam claramente as intenções dos EUA", disse o funcionário em Bagdá.

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