CARACAS - O vice-presidente venezuelano, Aristóbulo Istúriz, convocou uma mobilização para defender a "revolução" chavista na quinta-feira, mesmo dia em que a oposição marchará em Caracas para exigir um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.
Istúriz anunciou que as mobilizações chavistas começarão na terça-feira, em Caracas, e seguirão por três Estados do país, dois deles próximos da capital, advertindo que na quinta-feira irão “mobilizar todo o país".
Nesse dia, irão “mobilizar a parte do centro” e Caracas, para depois ver “como a coisa fica", disse o vice-presidente em um ato público, assegurando que a marcha opositora é "um plano desestabilizador golpista para tentar derrubar Maduro".
Istúriz afirmou que os opositores estão buscando violência e mortos na marcha, mas as forças antichavistas exortaram que seja pacífica e acusaram o governo de ser aquele que busca causar vítimas.
"Agora é o momento mais perigoso para a revolução porque eles fracassaram em tudo", advertiu o vice-presidente, assegurando que o referendo revogatório solicitado pela aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) não ocorrerá.
"Primeiro nos matam, vejam a minha cara, juro pela minha mãe santa, primeiro nos matam antes de tirar nossa revolução!", exclamou.
No sábado, o governo mandou novamente para a penitenciária o ex-prefeito opositor Daniel Ceballos, que estava em prisão domiciliar há um ano, assegurando que ele tinha planos de fugir e coordenar "atos de violência" no dia da manifestação.
O ex-prefeito da cidade de San Cristóbal, em Táchira, é acusado de incitar a violência nos protestos de 2014 contra Maduro, que deixaram 43 mortos, assim como o opositor Leopoldo López, que cumpre pena de quase 14 anos.
Em meio a uma profunda crise econômica e social, a MUD convocou sua marcha para exigir ao poder eleitoral que anuncie a data para coletar as quatro milhões de assinaturas (20% do colégio eleitoral) necessárias para ativar a consulta.
Se ocorrer antes de 10 de janeiro de 2017 e Maduro perder, haverá eleições. Se for realizado depois e o chefe de Estado tiver o mandato revogado, seu vice completará os dois anos restantes no poder. / AFP