O vice-presidente sunita do Iraque, Tareq Al-Hashemi, pediu aos líderes rebeldes que se unam ao processo de paz, em entrevista publicada nesta sexta-feira, 16, pelo jornal árabe internacional Al-Hayat. Ele afirmou que se os insurgentes esperam conseguirem a saída das tropas estrangeiras do país, devem aceitar as negociações. No entanto, ele não esclarece se suas palavras representam uma convocação para que a insurgência sunita abandone as armas e adote uma estratégia política para debater a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos, que já dura quatro anos. Hashemi acusa a Organização de Ulemás do Iraque (OUI, a principal associação religiosa sunita do país) de abandonar sua função religiosa para se transformar em um partido político. "Virar um partido e abandonar sua missão religiosa é um erro", disse. "O que é necessário agora é sentar na mesa de negociações para ter uma posição unificada a respeito da retirada das tropas estrangeiras", declarou Hashemi. "Uma resistência nacional honesta deveria buscar uma nova aproximação para acabar com a ocupação baseada no diálogo e na negociação antes de os americanos estarem mais interessados na retirada de suas tropas do que os próprios iraquianos", afirma Hashemi. O líder sunita é um dos dois vice-presidentes do Iraque. O outro é o xiita Adel Abdul Mahdi. A Presidência está nas mãos do curdo Jalal Talabani. Hashemi compreende a resistência à ocupação, a qual elogia por "manter a unidade e a integridade territorial do país nos últimos quatro anos. Portanto, deveriam participar do processo". O vice-presidente sunita também critica a ramificação da organização terrorista Al-Qaeda no Iraque, que, segundo ele, "prejudicou os iraquianos mais do que os americanos".