Vídeo de Fidel tranqüiliza cubanos

Mesmo assim o futuro de Cuba continua sendo questionado

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Por Agencia Estado
Atualização:

A difusão de um vídeo do presidente cubano Fidel Castro no leito do hospital tendo ao lado seu colega venezuelano, Hugo Chávez, parece ter tranqüilizado um pouco os ânimos dos cubanos, embora persistam os questionamentos sobre o futuro da ilha. "Desejamos que ele fique bem", disse nesta terça-feira à Associated Press a havanesa Coralia Bauta em uma rua da capital. Ela expressou também sua alegria de ter visto o líder cubano ao lado do amigo e aliado sul-americano. Chávez chegou à ilha no domingo para passar algumas horas junto a Fidel em seu aniversário de 80 anos. Fidel tem estado no centro das atenções internacionais desde que anunciou, em 31 de julho, sua decisão de delegar temporariamente o poder a seu irmão, o ministro da Defesa Raúl Castro, cinco anos mais novo. Embora o próprio Fidel tenha revelado que sofreu uma hemorragia intestinal que motivou uma cirurgia, seu estado de saúde real é um segredo de Estado e rumores de toda sorte floresceram à medida em que o governo não fornecia notícias sobre ele. As primeiras fotos do presidente enfermo, mas sorridente, apareceram a público apenas no domingo, e na segunda-feira a televisão estatal divulgou imagens do líder comunista em seu quarto de hospital tendo Chávez ao seu lado. Fidel estava sorridente e aparentemente lúcido, mas pela primeira vez a imagem de um comandante poderoso foi trocada pela de um homem acamado e convalescente. Entre aos cubanos o impacto foi variado. Alguns mostraram-se otimistas, enquanto outros começaram a pensar um pouco mais além do imediato restabelecimento de seu líder. "Vê-se uma pessoa convalescente, penso que vai demorar um pouco para que se recupere (...) que ainda falta se recuperar", afirmou o taxista Manuel González. A pergunta que muitos se fazem já não é mais se Fidel está vivo ou morto, mas se será capaz de governar a partir de agora. "O vídeo me passou uma idéia favorável, a de que ele está se recuperando", afirmou à AP o historiador e opositor Manuel Cuesta Morúa, que pertence a um grupo social-democrata. "Mas ao mesmo tempo, me passou a impressão de que não está em sua capacidade integral para retornar às suas funções. Acho que o processo de sucessão deverá ser completado".

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