Vídeo mostra a execução de repórter americano

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Por Agencia Estado
Atualização:

O jornalista americano Daniel Pearl, seqüestrado no Paquistão enquanto tentava manter contatos com grupos radicais islâmicos, foi degolado diante de uma câmera de vídeo por seus captores, informaram funcionários americanos e paquistaneses nesta sexta-feira. O ministro do Interior do Paquistão, Moinuddin Haider, revelou que os investigadores ?sabem os nomes? dos militantes que seqüestraram e mataram o repórter do Wall Street Journal e estão adotando ?as mais vigorosas medidas para levá-los à Justiça?. Os investigadores também estão tentando determinar como os extremistas puderam manter o jornalista cativo e enviar mensagens pela internet com as fotos dele sem serem descobertos. Os investigadores examinavam nesta sexta-feira o vídeo que mostrava o assassinato de Pearl para descobrir quando ele ocorreu e obter mais pistas sobre os militantes, disseram funcionários americanos. Um alto funcionário paquistanês disse à rede de TV CNN que o vídeo, que mostrava Pearl vivo e falando e depois tendo sua garganta cortada, foi parar em mãos americanas, quando dois homens fizeram contato com um agente do FBI que se fez passar por jornalista. Segundo uma das fontes paquistanesas, o vídeo que confirmou a morte de Pearl mostra quando a mão de uma pessoa corta o pescoço do repórter de 38 anos com um objeto afiado, antes de surgirem as mãos de outras duas ou três pessoas. Ainda segundo a fonte, as últimas palavras de Pearl diante da câmera foram: ?Sim, sou judeu e meu pai é judeu.? O grupo, autodenominado Movimento para a Restauração da Soberania do Paquistão, primeiro acusou o jornalista de ser um espião da CIA, depois da inteligência israelense e, por fim, judeu. ?Era um homem com uma alma nobre?, disse a mulher de Pearl, Mariane, grávida de seis meses. Ela permaneceu em Karachi, onde Pearl foi seqüestrado, na esperança de obter informações sobre o marido. Dirigentes políticos, organizações de direitos humanos e responsáveis por meios de comunicação condenaram duramente o assassinato do jornalista e destacaram a necessidade urgente de lutar contra os extremistas. O presidente da Federação Internacional de Jornalistas, Christophe Warren, declarou que é totalmente inaceitável que o jornalista tenha se tornado vítima de uma brutal campanha política.

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