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Vídeo mostra tropas nigerianas executando prisioneiros

Atualização:

Um vídeo obtido pela Reuters mostra soldados nigerianos atirando em prisioneiros desarmados à luz do dia à beira de uma estrada na cidade de Maiduguri, no nordeste do país e reduto da insurgência islâmica. Os militares nigerianos há tempos são acusados de abusos dos direitos humanos, incluindo execuções sumárias no norte do país, mas não havia provas em vídeo desde a primeira repressão à seita islâmica Boko Haram, em 2009. Um porta-voz do Exército disse que era "impossível" que tropas nigerianas cometessem tais atos. A Boko Haram está lutando para formar um Estado islâmico na Nigéria, e seus combatentes mataram centenas de pessoas em ataques com bombas e armas de fogo, muitas delas das forças de segurança, desde o início da revolta, há três anos. O vídeo foi gravado por um soldado que afirmou estar presente quando as execuções ocorreram, há duas semanas. O soldado, que pediu anonimato, entregou o vídeo à Reuters neste domingo. As imagens mostram um homem sentando ao lado de três ou quatro cadáveres amontoados ao lado da via. Ele implora por sua vida, enquanto soldados gritam com ele e uma multidão de pessoas observa a poucos metros. "Por favor, não atire", diz o homem em inglês pidgin. Ele tenta se levantar e entrar na parte traseira de uma picape à esquerda. Um soldado nigeriano grita "saia", e o arrasta para fora, empurrando-o no chão. Um deles o chuta na cabeça. Então, ele e outro soldado apontam rifles contra ele. Quatro tiros são ouvidos e o homem cai imóvel ao lado dos demais. O porta-voz do Exército, coronel Mohammed Yerima, afirmou que não tinha visto o vídeo, mas afirmou que o evento pode ter sido encenado. "Como eles podem fazer isso? Não é possível. Essa é a tática da Boko Haram", disse. "Eles matam, dizem que foram os militares e depois a Anistia Internacional e outros vão nos culpar. Não é possível que tropas nigerianas ajam dessa forma". O presidente Goodluck Jonathan foi acusado de tratar o conflito como um problema de segurança, que pode ser solucionado apenas com força, em vez de avaliar as raízes da insurgência. A Anistia Internacional emitiu um comunicado neste mês, no qual dizia que abusos dos direitos humanos cometidos pelas forças de segurança estavam alimentando o conflito, em vez de acabar com ele.

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