PUBLICIDADE

Videos com ataques às tropas dos EUA no Iraque se espalham na internet

Enquanto Bush restringe imagens de caixões de soldados, milhares acessam videos de ataques às tropas americanas

Por Agencia Estado
Atualização:

Vídeos que mostram ataques de insurgentes contra tropas americanas dos EUA no Iraque, há muito disponíveis em lojas de Bagdá e em sites de milícias, migraram rapidamente para sites de vídeos na internet, inclusive para o YouTube e Google Vídeo, sendo vistos por milhares de pessoas. A informação é do jornal New York Times. Muitos dos vídeos, que mostram ataques de atiradores contra soldados americanos, e bombas explodindo em estradas sob veículos militares dos EUA, foram postados não por insurgentes ou por seus apoiadores oficiais, mas por usuários da internet nos EUA e em outros países, que passaram para frente vídeos encontrados em outros lugares. Entre as cenas vistas diariamente por milhares de usuários, estão ataques de atiradores onde os americanos são mortos a tiros, e de veículos militares, como jipes e tanques, atingidos por bombas colocadas nas laterais das estradas. Em alguns vídeos, as tropas não parecem ter sido feridas seriamente; em um, intitulado "Sniper Hit", postado no YouTube por um usuário de nome 69souljah, um militar é derrubado por um tiro, mas é salvo pelo colete a prova de balas. No entanto, outros vídeos mostram soldados sangrando no chão, veículos explodindo e soldados sendo levados para helicópteros de evacuação médica. Em um momento em que a administração Bush restringe fotos dos caixões dos militares que retornam mortos aos Estados Unidos, e o pentágono mantém um controle sobre as fitas de vídeo de combates gravadas pela imprensa, os vídeos na internet dão aos americanos comuns um acesso a cenas de combate raramente disponíveis anteriormente, se já disponíveis. Sua disponibilidade também produziu um efeito contrário. Na últimas semanas o YouTube removeu dezenas de vídeos de seus arquivos e suspendeu as contas de alguns usuários que os haviam publicado. A reação seria em resposta a reclamações de outros usuários. Mas muitos outros vídeos continuam disponíveis, alguns com títulos em árabe, o que dificulta a busca por parte dos americanos. Além disso, vídeos que foram deletados são postados novamente com títulos diferentes. Russell K. Terry, veterano da guerra do Vietnã, fundador da Organização dos Veteranos da Guerra do Iraque, diz ter sentimentos ambíguos em relação aos vídeos. "É uma pena que não há como parar com isso", disse Terry, apesar de que "é por isso que esse caras estão lutando: liberdade de expressão". Um usuário do YouTube, que se indentifica como facez0fdeath, e diz morar na Bretanha, disse por e-mail que ele postou um vídeo de um ataque de um atirador "pois eu acho que é a informação que o a imprensa do Reino Unido não está querendo mostrar." "Eu me senti fisicamente mal ao ver isso", disse. "Eu sou totalmente contra qualquer forma de censura". O vídeo que ele postou - visto mais de 33 mil vezes - foi removido no início desta semana.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.