Viena sediará conferência para revisão de tratado nuclear

Da sessão participarão 188 países que se comprometem a não desenvolver armas atômicas, entre eles EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, donos da tecnologia

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Por Agencia Estado
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Viena sediará entre os dias 30 de abril e 11 de maio a primeira de três reuniões do Comitê de Preparação para a Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), prevista para 2010. A reunião se tornou especialmente importante após o fracasso da última conferência de revisão, celebrada em Nova York em maio de 2005. Da sessão em Viena, participarão todos os países signatários do TNP, agências especializadas, organizações internacionais e regionais, além de ONGs. Segundo um comunicado divulgado pelos organizadores, o objetivo da reunião de Viena é analisar a aplicação de cada um dos artigos do tratado e discutir qualquer assunto relativo ao documento. O encontro terá como anfitrião o embaixador japonês na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano. O TNP, que entrou em vigor em 1970 e foi ampliado de forma definitiva em 1995, é revisado a cada cinco anos. Potências nucleares Segundo o acordo, existem no mundo cinco potências nucleares declaradas: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Os outros países signatários, 188, no total, se comprometem a não buscar armas nucleares. As potências nucleares se comprometem a não transferir tecnologia nuclear para fins militares a outras nações, e a de desfazer de seu arsenal atômico, o que não aconteceu. Fora as cinco potências declaradas, existem outras nações não-signatárias do TNP, como Índia, Paquistão e Coréia do Norte, que também dispõem de armas nucleares. Israel também não assinou o Tratado, e, apesar de oficialmente não desmentir nem confirmar que possui armas atômicas, os especialistas acreditam que o Estado judeu dispõe de cerca de 200 ogivas nucleares. Já o Irã, cujo polêmico programa nuclear está sendo analisado pelos inspetores da AIEA há quatro anos, assinou o TNP, mas insiste em usar a tecnologia do enriquecimento de urânio, o que preocupa a comunidade internacional. Este elemento, legal sob o TNP atual, tem aplicações civis em usinas nucleares, mas também é um dos componentes-chave para a fabricação de bombas atômicas. Por isso, o diretor-geral da AIEA, o Prêmio Nobel da Paz de 2005, Mohamed ElBaradei, quer revisar o TNP para aumentar o controle sobre o urânio.

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