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Violência deixa pelo menos dois mortos em Timor-Leste

Violência ressurgiu desde que foi divulgado conteúdo de investigação sobre crise detonada, em março, pela expulsão, por insubordinação, de 591 militares

Por Agencia Estado
Atualização:

A Missão da ONU em Timor-Leste (Unmit) confirmou nesta sexta-feira que pelo menos duas pessoas morreram nos confrontos entre grupos de jovens entre a noite desta quinta-feira e a madrugada desta sexta-feira em Díli. "Confirmamos que foram encontrados dois cadáveres, e parece que há mais outros dois, disse o porta-voz da Unmit, Adrian Edwards, citado pela agência australiana de notícias AAP. Os últimos confrontos ocorreram junto à praia de Díli, onde fica a área do mercado. Os mortos confirmados são um jovem de 29 anos, ferido de bala, e outro de 25, atingido por arma branca. A Unmit disse que a situação neste momento é estável e que as forças de segurança estão patrulhando a capital do país, segundo a rádio australiana ABC. O aeroporto de Díli foi fechado na quarta-feira devido aos distúrbios violentos que estavam ocorrendo em suas imediações, nos quais duas pessoas morreram. O local foi reaberto na quinta-feira, quando a área recuperou a Normalidade. "Os enfrentamentos dos últimos dias envolveram duzentas, trezentas pessoas. Quando há um número assim, isso sugere uma organização de alguma maneira", avaliou Edwards. "Estamos tentando descobrir o que há por trás de tudo isto, se é organizado, quem organiza. Neste momento, não temos certeza alguma", acrescentou o porta-voz da missão das Nações Unidas. O Conselho de Segurança da ONU criou a Unmit em agosto com o mandato de ajudar os timorenses a restabelecer a ordem e a sufocar a onda de violência que acabou com o governo do primeiro-ministro Mari Alkatiri. A crise foi detonada, em março, pela expulsão, por insubordinação, de 591 militares que denunciavam casos de abuso e nepotismo nas Forças Armadas e que pediam melhores condições e trabalho. Os afastados foram às ruas em abril para expressar suas queixas contra o governo, e a violência eclodiu. Na semana passada, a Unmit apresentou ao Parlamento timorense a conclusão da investigação sobre a violência, e culpou o chefe dos "militares renegados", Antonio Reinado, e os então ministros do Interior e da Defesa por armar civis, entre outros. Os investigadores concluíram que Alkatiri falhou ao não agir com firmeza nas acusações de que armas estavam sendo entregues a civis. A violência ressurgiu em Díli desde que foi divulgado o conteúdo da investigação da Unmit. A Unmit esperava completar este mês o posicionamento de policiais em Díli para proteger toda a capital e poder passar a outras áreas do país.

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