Violência deixa quatro mortos em Oaxaca, no México

Conflito começou com uma greve de professores por aumentos salariais

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Por Agencia Estado
Atualização:

Quatro pessoas morreram, entre elas o cinegrafista americano Bradley Roland Will, e várias ficaram feridas na sexta-feira, no Estado mexicano de Oaxaca. A violência explodiu quando grupos armados atacaram ativistas da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), que pedem a renúncia do governador Ulises Ruiz. Os confrontos se estenderam durante horas. O conflito começou com uma greve de professores por aumentos salariais e se alastrou com a repressão policial. Organizações sociais aderiam ao movimento, incluindo nas exigências a renúncia de Ulises Ruiz. O cinegrafista Bradley Roland Will (inicialmente identificado como Brad Wheyler) levou um tiro no peito e morreu quando era levado a um hospital público. A promotora de Oaxaca, Lizbeth Caña Cadeza, confirmou em entrevista coletiva a morte de outras três pessoas morreram por causa dos tiroteios de hoje: dois mexicanos e uma mulher, também mexicana, que não tinha ligação com o conflito. Um dos feridos foi identificado pelas testemunhas como Osvaldo Ramírez, fotógrafo do jornal "Milenio", que levou um tiro no pé. Segundo a imprensa, desde a tarde de sexta-feira houve cerca de 20 confrontos. Os incidentes mais violentos aconteceram em El Rosário, município de Santa Lúcia, e nas instalações da Procuradoria Geral de Justiça do Estado, onde um grupo de professores ocupa os escritórios do órgão. Horas antes, a APPO havia divulgado um ultimato ao governador Ulises Ruiz, exigindo a sua renúncia. Os militantes e simpatizantes da APPO montaram barricadas durante o dia, bloquearam estradas e forçaram o fechamento de algumas lojas de departamentos. Os ativistas enfrentaram com pistolas, paus, machados e pedras um grupo armado, que dizem ser formado por pistoleiros e policiais à paisana. Reunião Na capital mexicana o ministro de governo, Carlos Abascal, se reuniu com dirigentes da seção do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE), que iniciou os protestos em Oaxaca e que decidiu suspender a greve após cinco meses. Ao fim da reunião, a Secretaria de Governo emitiu um comunicado condenando a violência e pedindo ao governo de Oaxaca uma investigação. "A violência que tirou vidas humanas e afetou a tranqüilidade de todo o povo não pode ficar impune. É urgente que o governo do Estado esclareça os fatos das últimas horas e verifique as responsabilidades para punir os responsáveis com todo o rigor da lei", exigiu o Ministério. O prédio do Ministério de Governo na Cidade do México está fortemente protegido por agentes federais para evitar que membros da APPO bloqueiem os acessos. Com a decisão pelo fim da greve, o movimento civil em Oaxaca ficou dividido. A APPO insiste em manter suas ações até a renúncia do governador Ruiz.

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