
09 de novembro de 2010 | 16h48
MÉRIDA - No encerramento de sua 66ª assembleia-geral, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) alertou para o assassinato de jornalistas e a aprovação de novas legislações sobre a mídia como os maiores riscos para a liberdade de imprensa na América Latina.
De acordo com o texto final da assembleia, divulgado nesta terça-feira, 9, em Mérida, no México, a morte de 14 jornalistas nos últimos seis meses é o fato mais preocupante. Sete deles morreram no México, onde o tráfico de drogas ameaça jornais e repórteres. Outros cinco são de Honduras e dois, brasileiros.
O texto alerta ainda que alguns países do subcontinente pretendem criar leis para regular o funcionamento dos meios de comunicação. A SIP também criticou a perseguição judicial e a utilização de publicidade oficial para premiar ou castigar os meios.
O órgão criticou nominalmente a Argentina por uma 'campanha oficial contra a imprensa que inclui insultos e tentativas de punir diretores de órgãos de imprensa e jornalistas.
A lei contra o racismo na Bolívia, que prevê punições a órgãos que publicarem conteúdo preconceituoso na visão do governo, também foi denunciada. A SIP pediu que o presidente Evo Morales não promulgue a lei.
Polêmica
A declaração final provocou um debate entre os delegados. Havia partidários de considerar as tentativas de regulação mais preocupantes que os assassinatos.
Para o ex-presidente da entidade Danilo Arbilla, as execuções de jornalistas são um problema transitório, apesar de grave. O atual presidente, Alejandro Aguirre, se disse favorável a manter os assassinatos como risco maior.
O vice-presidente, Gonzalo Marroquín, propôs dar às duas reivindicações igual valor. Ele também foi eleito como novo presidente da entidade.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.