Violência em Karachi eleva tensão política no Paquistão

PUBLICIDADE

Atualização:

Membros de um partido regional paquistanês pediram a seus líderes que autorizem sua saída da coalizão governista em resposta ao que dizem ser violência contra seus trabalhadores em Karachi, a capital comercial do Paquistão. Cerca de 35 pessoas, em sua maioria ativistas políticos rivais, foram mortas em três dias de violência em Karachi, a maior cidade do país. A cidade tem um longo histórico de conflitos entre facções, mas o clima nela tem sido relativamente pacífico nos últimos anos. Karachi abriga a principal bolsa de valores do Paquistão, o banco central e os dois portos mais importantes do país. Embora os investidores no Paquistão já tenham se acostumado com a violência islâmica quase diária no noroeste do país, o derramamento de sangue em Karachi exerce impacto mais direto sobre o clima geral. O Movimento Muttahida Quami (MQM), o partido político dominante em Karachi, disse que o governo provincial, dominado pelo partido do presidente Asif Ali Zardari, não conseguiu interromper a violência na cidade de 18 milhões de habitantes. O MQM faz parte da coalizão federal governista de Zardari, e a ameaça de deixar a aliança pode desestabilizar o governo, que já enfrenta críticas pela corrupção, pela poderosa insurgência do Taliban e pelos problemas econômicos do país. "Os terroristas do bando Lyari contam com proteção completa de alguns elementos do governo Sindh", disse o MQM em comunicado divulgado na noite de sábado, aludindo ao bairro de Lyari, controlado pelo Partido do Povo do Paquistão (PPP), de Zardari. Embora integrem as coligações lideradas pelo PPP nos níveis federal e provincial, o PPP e o MQM são rivais há anos na disputa pelo poder em Karachi. O PPP domina nas áreas rurais da província de Sindh, da qual Karachi é capital. O governo provincial nega qualquer envolvimento na violência e diz que está se esforçando para pôr fim a ela. (Reportagem de Faisal Aziz e Kamran Haider)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.