GENEBRA - A violência causada pelos confrontos entre as tropas leais ao ditador Muamar Kadafi e os rebeldes que pedem o fim do regime ditatorial na Líbia causaram um êxodo de 140 mil pessoas para a Tunísia e para o Egito, disse nesta terça-feira, 1º, Melissa Fleming, porta-voz da agência de refugiados das Nações Unidas (Acnur).
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"A situação está atingindo um ponto crítico", disse a porta-voz. Em apenas nove dias, 75 mil pessoas se passaram pela fronteira da Líbia com a Tunísia, sendo 14 mil só na segunda-feira. Outras 15 mil devem fugir pelo lado oeste da Líbia na terça. Para o Egito, foram 69 mil pessoas nos últimos dez dias, segundo as autoridades egípcias.
Os refugiados sofrem com a falta de alimentos, água e barracas para abrigá-los. A carência desses suprimentos é agravada pela proibição das autoridades líbias em permitir a presença de agências humanitárias nessas regiões.
"Com milhares de migrantes ainda aguardando autorização para entrar na Tunísia, há uma necessidade urgente de descongestionar a área fronteiriça, que sofre com a falta de estrutura para tanta gente", disse Marc Petzold, chefe da missão da Organização Mundial da Imigração na Tunísia.
Os confrontos na Líbia chegaram ao 15º dia consecutivo nesta terça. Kadafi se recusa a negociar com os manifestantes e resiste às pressões internacionais para deixar o poder, mas tem perdido território para os rebeldes. As forças opositores tentam derrubar o ditador, que está há 41 anos no poder.