Violência política matou 69.000 peruanos, diz comissão

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão da Verdade e Reconciliação - formada para investigar a violência política que assolou o Peru entre os anos 80 e 90 - estimou em 69 mil o número de mortos nos choques entre as forças do Estado e as guerrilhas esquerdistas Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA). Essa cifra consta do relatório entregue pela comissão ao presidente peruano, Alejandro Toledo. Até há dois anos, quando a comissão foi instalada, estimava-se em 35 mil o número de mortos no conflito peruano. A maior parte das mortes (48%) foi atribuída ao Sendero, a quem a comissão também aponta como causador da guerra civil. "A aniquilação de comunidades e o massacre de aldeias inteiras estiveram sistematicamente ligadas à estratégia do Sendero Luminoso", diz o relatório. "O Sendero apelou para o cativeiro de povoados indefesos, os maus-tratos e os assassinatos cruéis como formas de dar exemplo e infundir o terror." A comissão - formada por 12 membros e presidida pelo reitor da Universidade Católica, Salomón Lerner - responsabilizou também "aqueles que podiam ter impedido a catástrofe, mas agiram com indolência, inépcia e indiferença". Sobre o papel das Forças Armadas e da polícia, a comissão ressaltou que as autoridades "incorreram na prática sistemática de violações dos direitos humanos". "Há elementos que indicam a ocorrência de delitos de lesa-humanidade, como execuções extrajudiciais, massacres, torturas, violência sexual e outros atos condenáveis."

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