Violência, vandalismo e prisões marcam marcha estudantil na capital chilena

Cerca de 250 estudantes foram detidos; 20 policiais ficaram feridos e micro-ônibus foram queimados

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Por Efe
Atualização:

SANTIAGO - A manifestação dos estudantes chilenos contra o lucro na educação terminou, na capital Santiago, nesta quinta-feira, 28, com 250 jovens detidos, 20 policiais feridos, alguns micro-ônibus incendiados e vários estabelecimentos comerciais saqueados.

 

"Tivemos uma jornada de violência, preocupante. Sofremos um ataque em um micro-ônibus nosso e fomos testemunhas de um ataque a um caminhão de guardas e a um micro-ônibus coletivo, além de vários saques", detalhou Luis Valdés, o general dos Carabineiros, espécie de Polícia militar chilena.

 

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Valdés fez alusão ao ataque promovido por jovens encapuzados a vários supermercados, farmácias e semáforos, entre outros. O prefeito de Santiago, Pablo Zalaquett, qualificou a manifestação estudantil realizada na capital como a "mais violenta dos últimos anos". Os líderes estudantis calcularam em 150 mil os participantes da passeata, que se tornou uma prova de que o movimento surgido em 2011, quando saíram às ruas mais de 40 vezes, não perdeu força. A polícia, por sua vez, reduziu o número de manifestantes a 40 mil.

Os estudantes seguem exigindo a erradicação do modelo imposto em 1981 e o fim dos altos valores que devem ser pagos por seus estudos, apesar de o Governo de Sebastián Piñera ter empreendido algumas medidas para melhorar a supervisão e facilitar o pagamento dos alunos. Desta vez, os jovens direcionaram sua queixa contra o lucro na educação. Segundo a polícia, os incidentes se agravaram ao término da passeata, quando grupos de jovens encapuzados lançaram pedras contra o contingente policial.

 

O protesto desta quinta-feira foi o terceiro convocado este ano pela Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que agrupa os universitários. A esta convocação se somaram também as duas principais organizações de alunos do ensino médio. Ao término da manifestação, os estudantes entregaram no Palácio de La Moneda e no Congresso diferentes cartas com suas principais reivindicações.

 

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