Vítimas do Katrina entram com ação contra governo dos EUA

Caso será o primeiro aberto contra o governo, e poderá virar precedente para centenas de milhares.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Seis pessoas que perderam suas casas na passagem do furacão Katrina por Nova Orleans, em 2005, vão entrar com uma ação judicial contra o governo americano nesta segunda-feira, em um caso histórico que pode abrir o precedente para que dezenas de milhares de pessoas processem o governo por danos. Os seis proprietários afirmam que quando engenheiros militares do Exército construíram um novo canal para a passagem de navios em Nova Orleans, eles destruíram os pântanos locais, que funcionavam como uma barreira de proteção para as casas. Os proprietários alegam que isso ampliou os efeitos do furacão, provocando danos muito maiores do que se as barreiras naturais ainda estivessem lá. Esta é a primeira vez que um juiz nega imunidade e permite que as vítimas processem o governo americano por causa dos efeitos do furacão Katrina. Os moradores pedem indenização do Exército pelas enchentes e destruição de suas casas. A previsão, segundo o jornal Lousianna Weekly, é de que o julgamento dure três semanas. A ação judicial será focada no papel do canal construído nos anos 60, que liga o Golfo do México ao porto de Nova Orleans, através do rio Mississipi. Segundo os jornal, durante meio século, especialistas, ambientalistas, e autoridades federais, estaduais e locais advertiram o Exército de que o canal era, com efeito, uma "auto-estrada para furacões" que poderia causar enchentes catastróficas no coração da cidade. O furacão Katrina foi um dos piores desastres naturais da história dos Estados Unidos, matando mais de 1,3 mil pessoas em cinco Estados em agosto de 2005. A cidade de Nova Orleans ficou praticamente destruída e centenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas. Na época, a resposta do governo do ex-presidente George W. Bush à tragédia foi extremamente criticada. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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