14 de outubro de 2012 | 03h03
A reeleição do presidente venezuelano, Hugo Chávez, pode colaborar para o processo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano. De acordo com analistas, a normalização das relações entre os dois países com a chegada de Juan Manuel Santos ao poder ajudou a amenizar a radicalização do líder bolivariano em relação ao conflito.
Ao longo dos anos, Chávez tem adotado posições dúbias quanto ao conflito colombiano. Em 2008, o presidente venezuelano serviu de intermediador, ao lado da ex-senadora colombiana Piedad Córdoba e da Cruz Vermelha Internacional, na libertação da ex-candidata à vice-presidência Clara Rojas e da deputada Consuelo González.
Dois anos depois, no entanto, Chávez e o então presidente colombiano, Alvaro Uribe, romperam relações diplomáticas, após Bogotá acusar o venezuelano na organização dos Estados Americanos (OEA) de abrigar guerrilheiros das Farc. Com a posse de Juan Manuel Santos, em agosto de 2010, as relações foram gradativamente normalizadas.
Ano passado, Chávez extraditou ao menos dois importantes líderes da guerrilha para a Colômbia - Julián Conrado, o "Cantor das Farc", e Alberto Martínez, editor da Agência de Notícias Nova Colômbia, ligada à guerrilha.
"Chávez teve uma aproximação importante com Santos e os dois têm uma sintonia. Isso seguramente continuará", avalia o cientista político Carlos Medina, da Universidade Nacional da Colômbia (UNC). De acordo com o analista, por ter uma influência sobre as Farc, Chávez pode incentivá-las a inserir-se no processo democrático colombiano. Para Medina, o grande derrotado com a vitória de Chávez é Uribe. "Apoios como o de Uribe não agregam nada os processos eleitorais na América Latina", avalia.
Ministério. Chávez anunciou ontem, por sua conta no Twitter a reorganização parcial de seu gabinete. o ministro de Relações Interiores e Justiça será o general Néstor Reverol. o jornalista Ernesto Villegas será o novo ministro de Comunicação e Informação; Almiranta Carmen Meléndez comandará o Gabinete da Presidência. / COM AP
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