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Vulcão islandês mantém 17 mil voos e 1,3 milhão de passageiros no solo

Força da natureza. Fumaça expelida pelo Eyjafjallajokull, em seu segundo dia de atividade, força o fechamento de aeroportos de Londres, Paris, Frankfurt e Amsterdã; autoridades europeias advertem que paralisação deve se estender pelo fim de semana

Por Andrei Netto e correspondente Paris
Atualização:

Caos. Tráfego aéreo foi interrompido na Grã-Bretanha, França, Holanda e Alemanha. A previsão é de que a paralisação se estenda pelo fim de semana. Foto: Steffen Schmidt/AE

 

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PARIS - As cinjas lançadas na atmosfera pela erupção do vulcão Eyjafjallajokull, na Islândia, continuam provocando caos no sistema aéreo internacional. Ontem, 17 mil voos foram cancelados na Europa, de um total de 28 mil, deixando no chão mais de 1,3 milhão de passageiros em 20 países.

O fenômeno interrompeu totalmente o tráfego nos quatro maiores aeroportos do continente - Heathrow, na Grã-Bretanha; Charles de Gaulle, na França; Schiphol, na Holanda; e Frankfurt, na Alemanha. Segundo as autoridades, a paralisação deve se estender pelo fim de semana.

Fotos de satélite divulgadas pela Organização Europeia para a Exploração de Imagens Meteorológicas (Eumetsat) revelaram ontem a extensão do fenômeno. As cinzas - que na noite de quinta-feira começavam a alcançar o território da França, após encobrir a Grã-Bretanha, a Escandinávia, a Bélgica e a Holanda - já estavam sobre o norte da Itália, no Mar Mediterrâneo. A leste, a nuvem de poeira também chegava à Polônia e à Eslováquia.

O resultado foi a paralisação de todos os maiores entroncamentos aéreos da Europa. Na Grã-Bretanha o fechamento do espaço aéreo foi estendido pelo menos até as 12 horas locais.

Na França, 20 aeroportos foram fechados durante o dia. Aterrissagens foram autorizadas no Aeroporto Internacional Charles de Gaulle entre as 12 e as 16 horas, mas depois o tráfego voltou a ser interrompido, devendo permanecer assim até a manhã de hoje. Como efeito colateral, a linha férrea Eurostar, que liga a França à Grã-Bretanha, ficou lotada durante todo o dia.

A interrupção também permanece válida nos aeroportos de Amsterdã e de Frankfurt, na Alemanha - onde 15 dos 16 aeroportos foram fechados. Na Áustria, Bélgica, Dinamarca, Polônia, República Checa, Eslováquia, Lituânia, Letônia e Estônia os voos também estavam suspensos.

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Passageiros.

Mas em alguns países a abertura do espaço aéreo começou ontem. A Irlanda permitiu pousos e decolagens. Na Suécia e na Noruega a retomada foi progressiva à tarde. Por volta de 16 horas, o balanço do escritório Eurocontrol, responsável pelo controle do tráfego aéreo na Europa, indicava a manutenção de 11 mil voos, ou 40% do previsto em um dia de semana normal. O número de pontes aéreas canceladas quase dobrou na quinta-feira, quando 8 mil aviões deixaram de decolar.

Na vida prática, milhares de passageiros não foram para os aeroportos, orientados pelas companhias aéreas. Mas outros tantos insistiram em passar horas à espera de notícias nos terminais.

Estimativas indicaram que cerca de 1,3 milhão de passageiros teriam sido prejudicados, a maior parte pelo cancelamento de voos internacionais - em especial entre EUA e Europa.

Não bastasse a extensão do problema, a perspectiva ontem era de um sábado tão confuso quanto a sexta-feira. "É claro que haverá perturbações significativas no tráfego aéreo amanhã (hoje)", afirmou Brian Flynn, chefe de operações do Eurocontrol.

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