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Washington pede que Zelaya tenha paciência

Por Reuters , AP , Efe e WASHINGTON
Atualização:

O governo americano pediu ontem ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que tenha paciência e evite estabelecer "prazos artificiais" nas negociações com o presidente autoproclamado, Roberto Micheletti. "As partes deveriam dar tempo a esse processo, não colocar um prazo artificial, não dizer ?se tal coisa não acontece dentro de certo tempo, então o diálogo está morto?", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ian Kelly. A declaração foi feita um dia depois de Zelaya ter dado um "ultimato" a Micheletti para que o governo autoproclamado lhe devolva o poder no fim de semana, quando as duas partes se reunirão pela segunda vez na Costa Rica. O encontro será mediado pelo presidente costa-riquenho e Prêmio Nobel da Paz, Oscar Arias, que, no primeiro encontro, há cinco dias, não conseguiu estabelecer nenhum consenso entre as partes. "É claro que eu entendo o desejo de Zelaya de regressar o mais rápido possível, mas a experiência me diz que é preciso ter paciência. Se não for por meio do diálogo, de que outra maneira seria possível restabelecer o presidente Zelaya?", declarou Arias. PRESSÃO Ontem, em Tegucigalpa, milhares de manifestantes marcharam até a sede da embaixada americana exigindo que os EUA abandonem o que eles qualificam de posição ambígua. "Não somos bobos. Aqui não se move uma mosca sem o aval da embaixada (americana)", disse num megafone um dos líderes do grupo que se opõe ao golpe. O ministro do Interior do governo de facto, Enrique Ortez, renunciou ontem ao cargo quatro dias após tomar posse. Ele já havia renunciado à chancelaria depois de dizer que o presidente Barack Obama era "um negrinho que não sabe onde fica Tegucigalpa".

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