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Washington retalia e declara persona non grata embaixador boliviano

Por Patrícia Campos Mello e WASHINGTON
Atualização:

Em resposta ao governo boliviano, Washington declarou ontem o embaixador da Bolívia nos EUA, Gustavo Guzmán, persona non grata. Na quarta-feira, o presidente boliviano, Evo Morales, declarou persona non grata o embaixador americano na Bolívia, Philip Goldberg, que recebeu o prazo de até 72 horas para deixar o país. O governo americano afirmou ontem que Evo cometeu "um erro grave que prejudicou seriamente a relação bilateral" entre a Bolívia e os EUA. Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado, lembrou que os EUA são o país que mais fornece assistência para desenvolvimento à Bolívia, o maior mercado de exportações bolivianas e o maior provedor de ajuda para o combate ao tráfico de drogas. "Lamentamos que o presidente tenha escolhido esse caminho. Isso prejudicará os interesses dos dois países, solapará as operações de combate ao tráfico de drogas e terá sérias implicações regionais." A declaração do funcionário americano foi feita antes de o venezuelano Hugo Chávez também ordenar a retirada do embaixador americano (mais informações na página 16). Segundo o Departamento de Estado, a "medida injustificada" soma-se ao fato de La Paz não ter reagido às ameaças contra as ações de combate ao narcotráfico em Chapare, que levaram à retirada de agentes antidrogas americanos. Para os EUA, as acusações contra Goldberg "não têm fundamento". A reação do Congresso americano foi mais dura, com pedidos de revisão de toda a política para a Bolívia. Eliot Engel, líder do Subcomitê de Hemisfério Ocidental da Câmara, afirmou: "Todos estávamos tentando ser comedidos ao responder às ofensas de Evo contra o embaixador Goldberg e tudo o que é americano. Mas, desta vez, ele foi longe demais."

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