A Casa Branca disse ontem que não discute publicamente a identidade de pessoas submetidas ao monitoramento do serviço de inteligência americano e classificou como “pura especulação” a relação de eventuais alvos por meios de comunicação. Segundo reportagem veiculada pelo New York Times anteontem, a espionagem da presidente Dilma Rousseff “parece” ter continuado, mesmo depois da revisão da atuação da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).
A revelação de que suas comunicações eram monitoradas pelos americanos levou Dilma a cancelar a visita de Estado que faria a Washington em outubro e abalou o relacionamento entre os dois países. Depois da crise global gerada pela amplitude da ação da NSA, o presidente Barack Obama determinou a revisão na atuação da agência. O resultado desse processo foi anunciado anteontem.
“O presidente deixou claro para a comunidade de inteligência que –a menos que haja uma razão convincente de segurança nacional- nós não vamos monitorar comunicações de chefes de Estado e de governo de nossos amigos próximos e aliados”, disse ao Estado o subsecretário de Imprensa da Casa Branca, Shawn Turner.
Segundo ele, Obama determinou que o serviço de inteligência aumente a cooperação com seus correlatos internacionais para “construir e manter” a confiança.
Documentos divulgados pelo ex-contratado da NSA Edward Snowden mostraram que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, também foram espionados. Em sua reportagem, o NYT disse que o programa foi suspenso em relação a Merkel, mas teria sido mantido no caso de Dilma e Peña Nieto.