PUBLICIDADE

Wickremesinghe retorna ao Sri Lanka; suspensa emergência

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe recebeu calorosas boas-vindas, ao regressar, hoje, dos Estados Unidos para reencontrar uma presidente hostil em luta pelo poder, que põe em risco os esforços do Sri Lanka para obter a paz dos rebeldes tâmeis. Mas, pelo menos a crise esmoreceu um pouco: Chandrika Kumaratunga cancelou o estado de emergência, segundo seu assessor, Nevielle Nanayakkara. Ela está, entretanto, preparando outro decreto, mais suave, para dar mais poderes ? embora limitados, aos militares. Enquanto isso, cerca de 7.000 simpatizantes de Wickremesinghe cercaram a pista do Aeroporto Internacional de Bandaranaike assim que o avião do primeiro-ministro começou os 30 quilômetros finais de sua viagem a Colombo, a capital tomada pela guarda armada. Monges budistas e sacerdotes hindus invocaram benção e cantaram hinos para Wickremesinghe. ?Pai da paz, você está conosco?, dizia um cartaz de boas-vindas da viagem a Washington, onde estava em visita oficial quando a presidente desencadeou a crise. Kumaratunga ? que tem grandes poderes constitucionais ? tomou uma série de atitudes hostis ao primeiro-ministro, a começar pela demissão de três ministros de seu gabinete, e suspendeu o parlamento por duas semanas. Para culminar, Quarta-feira ela decretou estado de emergência, dando amplos poderes aos militares ? que ela controla ? para fazer prisões, interrogar suspeitos e revistar residências. Baniu ainda as reuniões públicas, estabeleceu censura à imprensa e concedeu-se poderes de legislar. No aeroporto, Wickremesinghe insistiu que não foi atingido pela presidente, há anos sua maior e mais amarga rival. ?Gostaria de dizer que no que concerne ao meu governo, a maioria governamental está intacta?, disse, parecendo tranqüilo. A presidente acusa Wickremesinghe de ser excessivamente branco com o Exército da Libertação dos Tigres Tâmeis, com o qual conseguiu pactuar um cessar-fogo depois de 20 anos de guerra civil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.