WikiLeaks: Brasil sugeriu intermediar contato entre EUA e Venezuela

Marco Aurélio Garcia discutiu aproximação entre os dois países com embaixador em Brasília

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Por Redação
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LONDRES - Documentos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks e publicados pelo jornal britânico  The Guardian indicam que o governo brasileiro se ofereceu para intermediar uma aproximação entre o governo americano e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

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Veja também:especialEspecial: Por dentro do WikiLeaksblog Radar Global: principais vazamentos do 'cablegate'lista Veja tudo o que foi publicado sobre o assuntoEm mensagem datada de fevereiro deste ano, a embaixada americana em Brasília relata uma reunião entre o embaixador Thomas Shannon e o assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia.No documento, Shannon diz que todos os esforços do governo Obama em se aproximar de Chávez foram descartados pelo presidente. Garcia então pergunta se os EUA ainda estão interessados no diálogo e indica que o Brasil pode ajudar nisso.Ainda de acordo com a mensagem vazada pelo WikiLeaks, o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a Shannon que a Venezuela tem problemas econômicos graves e que Chávez terá de se afastar da "política externa do petróleo" para atender às demandas domésticas. Garcia disse também que Lula diz a Chávez regularmente que a Venezuela precisa escapar da dependência do petróleo. Economia em crise

 

Em outros documentos vazados pelo WikiLeaks e publicados pelo The Guardian, a embaixada americana em Caracas alerta que a crise econômica na Venezuela gerada pela queda no preço do petróleo levou Chávez a negociar acordos com empresas estrangeiras. Segundo uma das mensagens diplomáticas, a petrolífera italiana ENI pressionou a gigante venezuelana PDVSA por um acordo de exploração na bacia do Orinoco. Os italianos teriam atrasado a assinatura do contrato em dois dias para mostrar como a PDVSA dependia deles."Meia hora antes da assinatura do contrato, o presidente da ENI, Paolo Scaroni, encontrou o ministro de Petróleo da Venezuela, Rafael Ramirez, que buscava uma mudança nas condições do contrato, e disse: É pegar ou largar. Posso pegar meu avião e ir embora agora mesmo".

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