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WikiLeaks vaza arquivo da CIA sobre terrorismo

Por Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE/ WASHINGTON
Atualização:

Em uma atitude de desafio aos EUA, o site WikiLeaks vazou ontem um documento sigiloso da CIA, a agência de inteligência dos EUA, sobre os riscos de o país ser percebido no exterior como "berço e exportador de terrorismo". O vazamento deu-se apesar da forte pressão do Pentágono para que o fundador do site, o australiano Julian Assange, retirasse os 94 mil documentos militares sobre a guerra no Afeganistão divulgados em julho e os devolvesse aos EUA.Com apenas três páginas, o documento vazado ontem foi escrito em fevereiro pela Célula Vermelha da CIA, uma área com carta branca da diretoria para provocar discussões e apontar alternativas aos desafios da agência. O texto chama a atenção para o risco de outros países negarem-se a manter cooperação com os EUA no combate ao terrorismo pelo fato de cidadãos americanos estarem engajados em organizações do terror. "Em um primeiro momento, nós estivemos preocupados com a infiltração da Al-Qaeda para conduzir ataques terroristas nos EUA. Mas a Al-Qaeda pode estar aumentando a procura de americanos para operações em outros países", diz o documento.O texto lembra o caso dos cinco jovens americanos de origem muçulmana, do Estado da Virgínia, presos no Paquistão em 2009, quando tentavam ingressar nas fileiras da Al-Qaeda.Preferência. Segundo a Célula Vermelha da CIA, a Al-Qaeda e outros grupos terroristas preferem agregar americanos por causa do passaporte, do uso da língua inglesa, da facilidade de comunicação pela internet e da menor desconfiança de autoridades de outros países em suas movimentações.Essa situação, alertou o documento, pode criar constrangimentos à Casa Branca, como pedidos de informação - e até de extradição - sobre americanos por outros países. Além disso, pode representar novos obstáculos para as operações de contraterrorismo dos EUA no exterior.CiberataqueO Departamento de Defesa dos EUA confirmou que os computadores do Pentágono foram atacados em 2008. A ação foi realizada por um espião em uma base americana no Oriente Médio.

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