Zapatero culpa EUA por retirada espanhola do Iraque

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Por Agencia Estado
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A decisão de retirar mais cedo os soldados espanhóis atualmente estacionados no Iraque foi tomada depois de um funcionário do alto escalão do governo dos Estados Unidos ter dito que os soldados americanos receberiam ordens apenas de seus próprios comandantes e não de estrangeiros, declarou o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero. A Espanha exigia que a autoridade no Iraque fosse transferida para a ONU. Zapatero foi entrevistado por Pedro J. Ramírez, editor do jornal El Mundo. Sete páginas de perguntas e respostas foram publicadas pelo influente periódico espanhol nesta sexta-feira. O primeiro-ministro salientou que a retirada não representa um sinal de que a Espanha abandonou seus compromissos internacionais nem se afastou do combate ao terrorismo. Ele lembrou que a Espanha possui atualmente 3.000 soldados em diversos países, inclusive no Afeganistão, e está ansiosa por ajudar a resolver o conflito entre israelenses e palestinos. De acordo com Zapatero, as principais lições da invasão do Iraque são as seguintes: uma guerra que gera o repúdio do público, ao invés de apoio, não deve ser deflagrada, e a guerra convencional não é a melhor forma de combate ao terrorismo. "O que os xiitas e sunitas do Iraque têm a ver com a Al-Qaeda? Absolutamente nada", diz ele ao jornal. "Eles simplesmente pertencem a comunidades religiosas iraquianas que não gostam da ocupação." Ele contou ainda ter dito ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, durante conversa por telefone, que "sua estratégia de combate ao terrorismo internacional não está sendo eficaz".

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