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Zelaya diz que agora é 'restituição ou morte'

Declaração do presidente deposto foi feita na embaixada brasileira em Honduras.

Por Claudia Jardim
Atualização:

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta segunda-feira, que ninguém voltará a expulsá-lo de seu país e que seu lema a partir de agora será "pátria, restituição ou morte". Quase três meses depois de sua deposição, Zelaya regressou a Honduras nesta segunda-feira e se refugiou na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. "A partir de agora, ninguém voltará a nos tirar daqui. Por isso, nossa posição é pátria, restituição ou morte", afirmou Zelaya diante dos milhares de simpatizantes que cercaram a embaixada brasileira para comemorar a volta do presidente. A Frente de Resistência contra o Golpe disse à BBC Brasil que milhares de pessoas estão viajando do interior do país rumo a Tegucigalpa para apoiar a volta do presidente eleito, mesmo com o risco de serem detidos. O governo interino decretou toque de recolher a partir das 16 hrs (horário local) até as 7 horas da terça-feira. Zelaya disse estar disposto a estabelecer um diálogo com todos os setores do país com o fim de solucionar a crise política instaurada em 28 de junho, quando o líder foi preso, ainda em pijamas, por um grupo de militares e levado ao exílio na Costa Rica. 'Massacre' Quase ao mesmo tempo, em Caracas, o presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou que a presença da comunidade internacional em Honduras é importante "para evitar um massacre" no país. "Temos que apoiar a presença de organismos internacionais para evitar um massacre e para que se garanta de maneira pacífica seu retorno (de Zelaya) ao poder", disse Chávez em transmissão ao vivo pela televisão estatal. Segundo Zelaya, o secrtário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, chegará a Honduras nesta terça-feira para ajudar a solucionar a crise. O presidente venezuelano, que se tornou alvo de ataques da oposição hondurenha - defendeu a realização de eleições democráticas, com Zelaya no poder. "Que Honduras retome seu caminho, vá às eleições (...) e que seja o povo de Honduras que tome a decisão", afirmou. Chávez foi um dos primeiros a anunciar, ao vivo, a notícia do retorno de Zelaya a Honduras nesta segunda-feira. A aliança de Zelaya com o presidente venezuelano por meio da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) teria levado à ruptura da aliança da direita hondurenha com o presidente eleito, para logo depois derivar na sua destituição, em 28 de junho. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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