
18 de dezembro de 2007 | 15h22
Mesmo que os conceitos de democracia e desenvolvimento ainda soem distantes em grande parte das nações africanas, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, é hoje uma espécie em extinção no continente. Enquanto até em países como Ruanda e Etiópia já há uma luta por democracia, o Zimbábue está caminhando na direção oposta e isolando-se cada vez mais. África, um continente em transformação China vai à África e muda o continente A África que prospera: Angola vive ‘milagre econômico' Meninos-soldados tentam esquecer a infância Brasileiros faturam alto no mercado angolano Darfur é retrato da velha África Vítimas da guerra: violência sexual ainda é epidemia Imagens da África No poder desde 1980, quando o país tornou-se independente da Grã-Bretanha, Mugabe é o último grande ditador da África. Suas atrocidades são toleradas por muitos governantes africanos - que ainda o vêem como o líder negro da guerra de libertação do país - e revoltam europeus. Há duas semanas, ele causou polêmica ao comparecer na cúpula União Européia-África, em Lisboa. O premiê britânico, Gordon Brown, boicotou o encontro por recusar-se a "sentar à mesma mesa que um ditador". A chanceler alemã, Angela Merkel, criticou Mugabe por permitir que o Zimbábue sofra com uma "profunda crise política e humanitária". O país bate diversos recordes negativos. O primeiro deles é a inflação, a mais alta do mundo tanto pela taxa oficial (8.000% anuais) como pelos cálculos do FMI (100.000%). O país também tem a mais baixa expectativa de vida do planeta: apenas 36 anos. Com o índice de desemprego na casa dos 80%, não é de se estranhar que um terço da população sobreviva apenas da ajuda humanitária vinda do exterior. O panorama é tão desolador que mais de 3,4 milhões de pessoas - um quarto da população de 12 milhões de habitantes - já deixaram o país, a maioria em direção à vizinha África do Sul.
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