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Empresas de tecnologia disputam corrida por táxi que voa

Segundo protótipos, as companhias imaginam criar algo semelhante a um helicóptero, mas muito mais silencioso e acessível

Por Daisuke Wakabayashi
Atualização:

SAN FRANCISCO - Automóveis que voam começam lentamente a sair da ficção científica. Mas isto não impede que algumas companhias já planejem serviços de táxis voadores.

Um número cada vez maior de companhias de tecnologia, fabricantes de aviões, de automóveis e investidores apostam que as frotas de aviões movidos a bateria darão origem a serviços de aero-táxis, talvez já na próxima década. Alguns desses táxis, esperam as companhias, talvez usem a inteligência artificial para voar por si.

Protótipo da Lilium, uma companhia alemã de táxis aéreos que levantou US$ 90 milhões em investimentos Foto: Lilium via The New York Times

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A busca de negócios, a exploração e certa ilusão a respeito deste tipo de transporte voador - por favor, pedem as companhias, não os chamem de carros voadores - lembram os esforços dedicados aos carros autônomos alguns anos atrás.

Ninguém pode afirmar ao certo se estes novos veículos se tornarão um empreendimento real. Mas muitas companhias já se preocupam com a possibilidade de ficarem para trás.

A companhia aeroespacial europeia Airbus está investindo na Blade, uma aclamada startup de helicópteros de Nova York. No mês passado, o Uber anunciou que espera começar a transportar passageiros com um serviço aéreo chamado Uber Air dentro de cinco e dez anos. A Boeing adquiriu a Aurora Flight Sciences, especializada em sistemas de voo para aeronaves sem piloto. A Joby Aviation, uma startup de Santa Cruz, Califórnia, que está construindo o seu próprio táxi aéreo, informou que obteve US$ 100 milhões em financiamento de recursos da Intel, Toyota Motor, JetBlue Airways e outras.

Não importa como vocês imaginem um carro capaz de voar - parem. O que estas companhias imaginam é algo semelhante a um helicóptero, mas muito mais silencioso e mais acessível. Pensem em um drone de amadores, mas grande o suficiente para transportar pessoas. Os táxis decolarão e pousarão verticalmente. E como eles serão movidos a bateria, serão menos poluentes.

Rob Viesenthal, diretor executivo da Blade, disse que uma alternativa mais tranquila e menos cara em comparação aos helicópteros “abre todo um novo mundo de possibilidades”.

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A Airbus, por sua vez, informou queprepara um voo de teste até o final do ano com o avião City/Airbus, para até quatro passageiros, e capaz de atingir uma velocidade de cruzeiro de cerca de 120 quilômetros por hora. Ela planeja lançar o City/Airbus em 2023.

O Uber pretende começar a testar seus táxis aéreos urbanos na área de Dallas-Fort Worth, Los Angeles e Dubai em 2020. O Uber declarou seu interesse pela iniciativa Uber Elevate em 2016, prevendo um futuro em que poderá oferecer corridas de 15 minutos pela Uber Air de San Francisco a San José por US$ 20. A corrida de 80 quilômetros com o Uber Pool, sua opção de carro compartilhado, em geral leva cerca de duas horas e custa US$ 83.

O Uber quer que o novo avião faça apenas 25% do barulho de um pequeno helicóptero de quatro lugares. Ela já tem acordos de fornecimento com cinco fabricantes.

Daniel Wiegand, o diretor executivo da companhia de táxi aéreo alemã, Lilium, contou que os investidores o consideraram completamente louco quando fundou a companhia, em 2015.

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“A situação mudou completamente”, observou Wiegand. Como muitos dos seus concorrentes, ele não gosta da definição “carros voadores” porque outras companhias estão trabalhando com carros que voam e também trafegam pelas estradas. Em setembro, a Lilium anunciou que levantou US$ 90 milhões de investidores, entre eles a Tencent, gigante da Internet da China.

E há ainda Larry Page, um dos fundadores do Google e principal executivo da Alphabet. Ele investiu parte da sua riqueza na Kitty Hawk, uma startup que ofereceu a demonstração de um avião pessoal que voa usando propulsores sobre a água. Uma divisão da Kitty Hawk, chamada Zee Aero, também estaria trabalhando em um conceito de avião para táxi aéreo.

Travis Kalanick, ex-diretor executivo do Uber, contou que, certa ocasião, falou a Page que um serviço de avião “parece muito legal”, embora o Uber não estivesse construindo nada do gênero. Mas uma vez que o avião esteja disponível, ele disse, “quero ter a certeza de que os nossos cerca de 50 milhões de clientes, até lá, poderão apertar um botão e receberão um carro voador”.

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