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Plataforma da Amazon é líder na transmissão de partidas de videogame via streaming

Jogadores são valorizados pela habilidade nos controles e carisma com o público

Por John Herrman
Atualização:

A plataforma Twitch, da Amazon, ocupa uma posição dominante no universo das transmissões de partidas de videogame via streaming, apesar da concorrência acirrada de uma série de gigantes da tecnologia: Google, Microsoft, Facebook e Twitter.

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No trimestre mais recente, o número médio de espectadores das transmissões do Twitch aumentou de 788 mil para 953 mil. Seu maior rival, YouTube Gaming, teve em média 272 mil espectadores simultâneos, uma queda em relação à media de 308 mil do trimestre anterior, de acordo com dados de uma empresa chamada Streamlabs. O YouTube questionou esses dados, mas não ofereceu outros números para contestá-los. 

O Twitch foi lançado em 2011 como subproduto do site Justin.tv, criado por dois formandos de Yale, Emmett Shear e Justin Kan. Eles fundaram a plataforma depois de perceberem que os espectadores não estavam interessados em assistir à transmissão de suas vidas, e sim nas partidas de videogame que eles jogavam. As grandes empresas de tecnologia os procuraram, e a Amazon bateu a oferta do Google, comprando a ideia em 2014 por US$ 1,1 bilhão.

Nos quatro anos transcorridos desde a venda, as partidas de videogame começaram a ser acompanhadas por um público semelhante ao de outros esportes profissionais, e o Twitch capturou a maior fatia daqueles que desejam assistir a conteúdo ao vivo.

Para os fãs mais dedicados, as sessões ao vivo do Twitch, mais imprevisíveis, despertam tanto interesse quanto um grande evento esportivo misturado a um programa de entrevistas. A interação entre apresentador e plateia é uma das chaves para o sucesso do site, pois oferece uma experiência de mais envolvimento com o público do que as partidas transmitidas pelo YouTube.

Tyler Blevins, jogador de videogame conhecido como Ninja, em Las Vegas em abril. Ele é um dos mais procurados na plataforma Twitch, da Amazon. Foto: Ethan Miller/Getty Images

No Twitch, o rosto do jogador, quando visível, ocupa uma pequena área da tela, e o mundo do videogame recebe toda a atenção. À direita da tela, intermináveis comentários dos espectadores (em sua maioria jovens rapazes) são exibidos numa rolagem contínua.

Tyler Blevins, jogador conhecido como Ninja, transmite suas sessões quase diárias de videogame ao vivo no Twitch. Ele ganha mais de US$ 500 mil por mês graças aos 250 mil assinantes pagos, e algumas de suas sessões chegam a durar 12 horas. Blevins é popular não apenas por sua habilidade, mas também seu carisma enquanto apresentador.

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Antes do surgimento do Twitch, o YouTube, que pertence ao Google, era a plataforma de preferência do público gamer. Mas seu foco era nas sessões gravadas e editadas, cuja atmosfera é muito diferente das transmissões de longa duração que cativam os fãs do Twitch. Na tentativa de conquistar o público ao vivo, o Google criou o YouTube Gaming um ano após a chegada da Amazon ao segmento.

Os apresentadores do Twitch, alguns dos quais mantêm contratos de exclusividade com a plataforma, são recompensados por sua capacidade de estabelecer um elo com o público. Os espectadores que pagam US$ 4,99 por mês por uma assinatura básica (o dinheiro é dividido meio a meio entre o jogador e o Twitch) buscam intimidade. Alguns apresentadores do YouTube Gaming tiveram dificuldade em atrair um público tão grande e dedicado quanto aquele do Twitch.

“Tem-se uma interação ao vivo única que é diferente do que o YouTube oferece”, disse Meg Kaylee, jogadora e apresentadora da GameStop TV. “É uma experiência completamente diferente”.

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