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5 medidas e tipos de dieta para evitar a acidez estomacal

Algumas medidas para combater o refluxo gastroesofágico ajudam a diminuir o uso de drogas potencialmente perigosas

Por Jane E. Brody
Atualização:

A advertência quando eu era criança para não nadar antes de uma hora depois de comer e assim evitar uma câimbra não é mais suficiente para mim. Hoje, tenho de esperar pelo menos duas horas para fazer qualquer atividade mais forte ou tarefas em que preciso me agachar, e evitar a sensação terrível de refluxo ácido, comumente reconhecido por seu sintoma frequente, a acidez no estômago.

Também descobri que a pasta de amendoim, minha comida favorita no café da manhã – é especialmente problemática, como também peixe defumado, arenque em conserva ou café ingeridos com o estômago vazio.

Ilustração de Gracia Lam/The New York Times. 

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Quão comum é o refluxo ácido?

Ele está entre as queixas mais frequentes dos americanos adultos e se tornou mais comum com o estresse e o ganho de peso durante a pandemia. No final do ano passado, as farmácias reportaram uma busca sem precedentes de antiácidos com as pessoas se queixando de “estômago pandêmico”.

Mesmo antes da pandemia, em uma pesquisa online feita em 2019 com mais de 71 mil adultos, quase um terço dos entrevistados reportou que pelo menos semanalmente tinham sintomas incômodos de refluxo estomacal, quando uma pequena parte da comida no estômago reverte seu curso e volta para o esôfago.

Quais são os sintomas do refluxo?

Os sintomas mais comuns são uma sensação de queimação no peito, um nó na garganta, arroto, inchaço e a regurgitação de alimento fortemente ácido, parcialmente digerido, do estômago. O refluxo também afeta o trato respiratório, o que provoca rouquidão, coriza, tosse ou asma.

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Mas o refluxo persistente é mais do que apenas um incômodo. Se ocorre com frequência e persiste por um tempo muito longo ele corrói o revestimento do esôfago e aumenta o risco de desenvolver um câncer do esôfago, que é mortal.

Cinco maneiras de reduzir o risco de refluxo

Uma equipe de pesquisa da Universidade de Harvard reportou recentemente que muitas pessoas conseguiram evitar o problema aderindo a um novo estilo de vida para combater o refluxo. Os pesquisadores analisaram exames feitos periodicamente durante 12 anos de mais de 40 mil enfermeiros e identificaram cinco características do seu modo de vida que ajudaram a afastar o problema do refluxo.

Quanto mais esses comportamentos foram adotados, menor foi o risco de desenvolverem o refluxo gastroesofágico (DRGE), a forma mais persistente e potencialmente grave do refluxo. Os cinco comportamentos que foram seguidos reduziram o risco geral de desenvolver o refluxo gastroesofágico em 37%.

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Manter um peso corporal saudável

Uma análise da literatura médica feita por Jesper Lagergren, do Karolinska Institute, em Estocolmo, concluiu que o refluxo gastroesofágico afeta 2% das pessoas classificadas como obesas, em comparação com 14% das que não são obesas. Depois que você ingere um alimento, um esfíncter muscular na parte inferior do esôfago abre para o alimento ingerido entrar no estômago e depois fecha para impedir que ele reverta sua direção. Um abdômen avantajado pressiona esse esfíncter e impede que ele se feche quando deve, permitindo que o alimento acidificado no estômago se infiltre no esôfago.

Não fumar

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A equipe de Lagergren descobriu que o tabaco amplia o tempo necessário para os alimentos ácidos deixarem o esôfago. Numa análise de 30 estudos, o problema afetava 20% dos fumantes, em comparação com 16% dos não fumantes.

Exercícios

As pessoas que praticavam atividade física forte ou moderada durante pelo menos 30 minutos por dia estavam menos propensas a desenvolver o refluxo gastroesofágico, ou DRGE, segundo a equipe de Harvard.

Reduzir o café, chás e bebidas gasosas

O risco de desenvolver o refluxo gastroesofágico diminuiu entre os que consumiam não mais do que duas taças de café, chá ou bebidas gasosas por dia.

Seguir uma dieta que evite doenças cardíacas

Os que seguiram uma dieta mediterrânea, por exemplo, com frutas e legumes, peixe, frango e grãos integrais, mas pouca carne vermelha ou alimentos com muita gordura saturada, tinham menos probabilidade de desenvolver o refluxo ácido.

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A genética também afeta o risco de uma pessoa desenvolver o problema, de modo que pessoas com um histórico familiar de refluxo devem fazer o máximo para evitar os riscos mencionados acima. Isso as ajudará a se protegerem contra doenças que matam como doenças cardíacas, diabetes e muitas formas de câncer.

Como controlar os sintomas

Se você sofre com o refluxo ácido, pode fazer muita coisa para diminuir os sintomas e talvez acabar com eles definitivamente. Em vez de consumir um prato muito grande de carne, coma porções menores com mais frequência. Reduza os alimentos gordurosos e elimine totalmente alimentos fritos. Um amigo meu usa uma air fryer para deixar a pele do frango crocante, mas eu prefiro frango grelhado e tiro a pele. Prefira carnes magras e produtos com baixo teor de gordura, ou sem nenhuma. Evite comer pelo menos três horas antes de dormir. E procure manter a cabeceira da cama mais elevada de modo que a cabeça fique numa posição mais alta do que os pés.

Alimentos que muitas pessoas com DRGE acham que irritam o estômago incluem tomates e cítricos (como laranja ou grapefruit) e o seu suco, café (até mesmo o descafeinado), bebidas gasosas e alcoólicas, alimentos muito condimentados, alho, chocolate e hortelã. Há muito tempo, mudei para o suco de laranja menos ácido, consumindo alguns goles por dia para dissolver o suplemento de fibra. E também passei a usar café instantâneo que é menos irritante e só tomo com algum alimento que ajuda a proteger meu trato digestivo.

Para evitar um ataque inesperado de acidez estomacal, muitas pessoas utilizam antiácidos de ação rápida. Um remédio mais moderno, como Pepcid, alivia os sintomas em cerca de 20 minutos, bloqueando os receptores de histamina no estômago que desencadeiam a produção de ácido.

Mas os que sofrem com o refluxo crônico encontram um alívio mais eficaz com os remédios chamados PPIs (inibidores da bomba de prótons) que paralisam a produção de ácido no estômago. Entre as marcas populares, vendidas sem receita nas farmácias e em altas doses sob prescrição médica, estão o Nexium (esomeprazol) Prevacid (lansoprazol) e Prilosec (omeprazol), que são alguns dos remédios mais vendidos no país. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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