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Experimente o treino intensivo com intervalos. Pode ser que você goste

Muitos adultos inativos que tentaram uma amostra de exercícios preferiram esforços intensos a treinos mais 'suaves'

Por Gretchen Reynolds
Atualização:

Pessoas que nunca praticaram o treino intensivo com intervalos (HIIT, na sigla em inglês) ficarão surpresas ao descobrirem que o exercício é mais atrativo do que supunham, segundo um novo estudo das reações emocionais a diferentes tipos de exercício. O estudo, que envolveu adultos inativos se exercitando com intervalos e outros tipos de exercício, concluiu que alguns, mas nem todos, preferiram os exercícios intensos àqueles mais leves.

As conclusões vão contra suposições comuns sobre o desagrado com exercícios de alta intensidade e sugere também que a melhor maneira de decidir que tipo de exercício o atrai mais é praticá-lo em campo. Quase todas as pessoas com interesse passageiro em fitness conhecem o conceito do treino intensivo com intervalos.

Foto: Martin Kwame por Pixabay 

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Ele consiste de exercícios rápidos, repetidos e intensivos conjugados com períodos de descanso. O HIIT é uma nova moda, embora controversa, de exercitar. Estudos feitos no passado mostram que mesmo alguns minutos de treino intensivo com intervalos melhora a condição física e a saúde do mesmo modo que horas de exercícios mais leves.

Mas em alguns estudos psicológicos cautelares, as pessoas que são novatas em termos da prática manifestam seu desagrado com a intensidade do treino, o que limita a atração a longo prazo pela prática de exercício. Alguns desses estudos compararam diretamente as sensações das pessoas com relação aos exercícios intensos e os moderados em um confronto direto em termos de exercício e profundidade.

Assim, no caso do novo estudo, publicado em agosto na revista Psychology of Sport & Exercise, pesquisadores da universidade da Colúmbia Britânica, em Kelowna, recrutaram 30 jovens, homens e mulheres, saudáveis que nunca tinham experimentado o treino de alta intensidade com intervalos. (O novo estudo amplia as observações de um estudo preliminar publicado em 2018)

Eles convidaram as pessoas ao laboratório e conversaram com elas sobre o que sabiam sobre treinos intensivos com intervalos e exercícios mais tradicionais, como também se achavam que seriam capazes de praticar esses exercícios e desfrutar deles. Em geral os voluntários disseram ter conhecimento desse tipo de prática, mas também manifestaram inquietação com o treino com intervalos. Muitos se preocupavam que esse tipo de exercício estaria além da sua capacidade física e que seriam terríveis. Mas depois os pesquisadores convidaram esses voluntários para sessões de prática dos exercícios.

Em uma das visitas ao laboratório, cada um deles completou um exercício padrão, moderado, pedalando uma bicicleta ergométrica durante 45 minutos a um ritmo constante. Em outra visita, todos tentaram o HIIT pela primeira vez, pedalando energicamente durante um minuto, descansando um minuto e repetindo a sequência 10 vezes.

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Numa terceira sessão, eles foram apresentados a uma sequência com intervalos super curtos, consistindo de três repetições de 20 segundos pedalando com intensidade total, com dois minutos de descanso entre cada intervalo. Durante e depois de cada exercício os pesquisadores perguntaram aos voluntários como se sentiam.

No geral, muitos disseram não ter tido prazer durante os intervalos. Mas depois, refletindo sobre a experiência, muitos concordaram que esses exercícios foram toleráveis, no final. Surpresos e satisfeitos, eles verificaram que, com os intervalos, a maioria dos voluntários agora achava que a sessão mais longa do HIIT havia sido a mais agradável de todos os exercícios.

No entanto, sessões em laboratórios supervisionadas não refletem bem o exercício na vida real. Assim, como etapa final do estudo, os pesquisadores pediram aos voluntários para irem para casa e praticarem por conta própria durante um mês, retornando ao laboratório para conversarem novamente a respeito. Esse mês de prática por conta própria foi revelador. Quase todos continuaram ativos, com muitos realizando sessões de exercícios moderados, frequentes, como as corridas de bicicleta de 45 minutos no laboratório.

Mas muitos inseriram uma espécie de treino com intervalos nos seus exercícios semanais, embora algumas das sessões copiassem os intervalos estruturados do laboratório. A tendência das pessoas era subir e descer rapidamente as escadas ou praticar algumas flexões Burpee, (exercício corporal de flexão com salto) e outros exercícios.

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O mais interessante é que durante as subsequentes entrevistas com os pesquisadores, os voluntários que adotaram o treino intensivo com intervalos disseram se sentir mais envolvidos e motivados durante aqueles exercícios do que nas sessões mais longas de intensidade contínua, mesmo quando os intervalos eram fisicamente exaustivos. O resultado levariam a crer que muitos de nós poderemos gostar da prática do HIIT, caso ainda não a tenhamos experimentado, disse Matthew Stork, da universidade da Colúmbia Britânica que conduziu o novo estudo.

Podemos nos surpreender gostando desse tipo de exercício. Mas ele sublinha que alguns voluntários continuaram a preferir os exercícios padrão, menos intensos, e quase todos completaram mais as sessões desse tipo de exercício do que aqueles com intervalos. “O que os dados mostram de fato é que não existe nenhuma maneira igual para todos de se exercitar”, disse Stork. O melhor exercício será aquele que cada um de nós no final gosta mais. O que pode exigir alguma experimentação para definirmos nossos exercícios particulares preferidos.

Naturalmente este estudo envolveu adultos jovens e saudáveis e foram acompanhados durante um mês. Mas não se sabe com certeza se pessoas mais idosas ou com problemas de saúde reagirão da mesma maneira aos treinos intensos com intervalos e se o indivíduo continuará a prática por mais de quatro semanas. Além disso aqueles que não se exercitam há algum tempo devem consultar um médico antes de adotar uma rotina nova de exercícios. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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