O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse ao presidente norte-americano, Barack Obama, que não vai disputar a reeleição a menos que Israel aceite congelar a expansão dos assentamentos judaicos, disse uma autoridade palestina nesta terça-feira, 27.
Abbas, de 74 anos, anunciou novas eleições na sexta-feira, depois que o Egito fracassou nos esforços de reconciliar sua facção Fatah, que governa a Cisjordânia, com o grupo islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza. O Hamas rejeitou o anúncio e deu a entender que poderia fazer sua própria eleição na Faixa de Gaza, uma medida que poderia criar dois presidentes, dois parlamentos e dois primeiros-ministros em dois territórios palestinos separados.
"Abu Mazen (Abbas) disse a ele (Obama) que não deve ser candidato na eleição presidencial (de janeiro) a menos que Israel cumpra as exigências para a paz", disse a autoridade, falando sob condição de anonimato, sobre o líder palestino que tem o apoio do Ocidente. Mas outras autoridades manifestaram dúvida sobre a ameaça de Abbas, alegando que o presidente fez esses comentários em uma conversa por telefone com Obama para demonstrar sua insatisfação com a postura norte-americana considerada pelos palestinos como insuficiente para pressionar Israel sobre os assentamentos.
Segundo a BBC, nas últimas eleições presidenciais, em janeiro de 2006, o Hamas conquistou uma vitória parlamentar sobre o Fatah, gerando uma onda de protestos internacionais e um boicote econômico aos territórios palestinos. Em uma tentativa de conquistar reconhecimento internacional, o Hamas aceitou formar um governo de unidade nacional com o Fatah. A iniciativa não funcionou e, após meses, as tensas relações entre os dois grupos explodiram em junho de 2007 quando, após confrontos armados entre eles, o Hamas expulsou militantes do Fatah da Faixa de Gaza, assumindo o controle da região.
(Com Reuters)