Afeganistão defende que governo assuma abrigos para mulheres

PUBLICIDADE

Por MATT ROBINSON
Atualização:

O governo do Afeganistão defendeu nesta terça-feira um projeto para assumir a administração de abrigos para mulheres vítimas de abuso. O país alega que muitas mulheres são enganadas para deixar suas casas sem um bom motivo, e que os refúgios são repletos de corrupção. O plano assustou alguns grupos defensores de direitos humanos. Eles alertaram que o plano irá desfazer progressos importantes conquistados na área de direitos das mulheres desde a derrubada do Taliban em 2001, e que a proposta deixará as vítimas à mercê de um Estado pobre em recursos e de autoridades misóginas. A proposta foi feita após acusações na mídia afegã de que tais abrigos, administrados por organizações não-governamentais estrangeiras, incentivavam a imoralidade, a prostituição e o uso de drogas. A atual ministra para Assuntos das Mulheres do Afeganistão, Husn Banu Ghazanfar, disse que o governo havia encontrado diversas "infrações" na administração dos abrigos. Ela sugeriu que as entidades tinham um excesso de financiamento e que não estava claro para onde ia o dinheiro. Apesar de reconhecer que muitas mulheres enfrentavam "problemas" em casa, Ghazanfar disse que algumas eram "enganadas" a deixar sua residência. "Algumas não tiveram nenhum problema em casa e depois pedem desculpas a suas famílias e a nós", disse ela. Ghazanfar disse que ela, pessoalmente, não tinha provas de prostituição ou uso de drogas, mas afirmou tais rumores precisavam parar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.