Afegãos votam em segundo turno presidencial sob ameaça do Taliban

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Por JESSICA DONATI E PRAVEEN MENON
Atualização:

Os afegãos vão às urnas no sábado para o segundo turno da eleição que irá eleger o sucessor do presidente Hamid Karzai, um teste decisivo para as ambições do Afeganistão de transferir o poder democraticamente pela primeira vez em sua tumultuada história. A disputa será entre o ex-combatente anti-Taliban Abdullah Abdullah e o ex-economista do Banco Mundial Ashraf Ghani, já que nenhum dos dois obteve a maioria de 50 por cento necessária para vencer no primeiro turno de 5 de abril. Como a maioria das tropas estrangeiras deixará o país até o fim de 2014, quem quer que assuma o lugar de Karzai irá herdar um país conturbado, com uma insurgência cada vez mais violenta do Taliban e uma economia assolada pela corrupção e pelo fraco estado de direito. O processo tem sido dificultado pelas acusações de fraude dos dois candidatos, e muitos temem que um resultado apertado torne menos provável que o perdedor aceite a derrota, possivelmente criando um impasse arriscado e prolongado no país. Doze milhões de eleitores registrados irão depositar seus votos a partir das 7h no horário local em 6.365 seções eleitorais em meio a um forte esquema de segurança. “O país está em uma crise... só um líder forte poderá resgatá-lo”, disse a parlamentar Shukria Barakzai. “Todos – jovens, idosos, ricos e pobres – saíram com clima ruim, apesar das ameaças, para votar em abril, e esperamos que seja igual desta vez. Este é o espírito do Afeganistão”. O Taliban pode se mostrar um obstáculo considerável. Os insurgentes, atualmente no auge da sua ofensiva, alertaram as pessoas para não votarem na eleição, que denunciaram como uma farsa patrocinada pelos Estados Unidos. “Desta vez o Taliban irá tentar compensar pelo que não conseguiram fazer no primeiro turno da eleição”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, general Zahir Azimi. O alto comparecimento de quase 60 por cento no primeiro turno foi uma grande derrota para o grupo militante. Observadores esperam menos de 5 milhões de eleitores no segundo turno, em parte por causa dos temores com a segurança.

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