
13 de janeiro de 2012 | 15h55
Os limitados resultados do tour por Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador reforçaram a visão de que o Irã dependerá de pesos pesados como China ou Rússia para ajudar a driblar das sanções que pela primeira vez ameaçam os lucros do país com a venda de petróleo.
Os mais proeminentes presidentes de esquerda da América Latina, liderados pelo venezuelano Hugo Chávez, defendem o direito do Irã de desenvolver um programa de energia nuclear e criticaram as duras medidas dos EUA, que acusam Teerã de buscar um arsenal nuclear.
Embora tenham elogiado Ahmadinejad, no entanto, o bloco dos aliados socialistas latino-americanos ofereceu poucos sinais de que podem ajudar o Irã a driblar as sanções com dinheiro ou combustível.
"É uma demonstração diplomática, com encontros com os parceiros na região; é um lembrete a quem esteja olhando que o Irã continua a manter relações com países na América Latina", disse Risa Grais-Targow, da consultoria política Eurasia Group.
Ahmadinejad teve a recepção mais calorosa com Chávez, que zombou das acusações de que o Irã esteja fabricando uma arma nuclear, e depois visitou o nicaraguense Daniel Ortega, o cubano Raúl Castro e o equatoriano Rafael Correa.
No entanto, Ahmadinejad manteve o silêncio sobre assuntos-chave, incluindo o ataque a bomba em Teerã nesta semana que matou um cientista nuclear iraniano, a condenação à morte de um americano-iraniano por espionagem, a ameaça do Irã de fechar a passagem do Estreito de Ormuz e o início do enriquecimento de urânio.
Em contraste com a viagem anterior de Ahmadinejad pela América Latina, o Brasil não fez parte do roteiro, já que o novo governo brasileiro da presidente Dilma Rousseff se distanciou de Teerã em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na véspera do Ano Novo, o presidente dos EUA, Barack Obama, tornou lei as sanções mais duras já impostas contra o Irã. Se forem implementadas por inteiro, poderão tornar extremamente difícil para a maioria dos países pagar pelo petróleo iraniano.
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