Ahmadinejad exige forças estrangeiras fora do Oriente Médio e da Ásia

Presidente iraniano usa tom mais rígido contra os EUA após acusá-los de proliferar material nuclear

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TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, exigiu a saída das tropas norte-americanas do Oriente Médio e da Ásia Central, já que, em sua opinião, a presença destas é que causa instabilidade e insegurança em ambas as zonas.

 

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O governante iraniano insistiu no tom mais rígido com os Estados Unidos apenas 24 horas depois que acusou Washington de ter causado a proliferação das armas nucleares no mundo. Ele também sugeriu mudanças no Conselho de Segurança da ONU.

 

"A desunião e a ruptura entre os países do Oriente Médio é fruto da presença de forças estrangeiras aliadas na região", disse Ahmadinejad em discurso no Dia Nacional das Forças Armadas Iranianas.

 

"Não existe necessidade ou pretexto para que se prolongue essa presença na região. Devem abandonar a zona de uma vez. Não é uma petição, é uma exigência sincera de todos os povos da zona", acrescentou.

 

Ahmadinejad, cuja intervenção foi transmitida ao vivo pela televisão estatal, também se pronunciou contra o Estado de Israel, o qual acusou de ser o máximo instigador do terrorismo e da violência.

 

"A política do regime sionista é dividir", disse. Ele também assegurou que "todos os países da região" desejam que esse estado desapareça.

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Antes do discurso, foi realizada uma parada militar em que o exército iraniano apresentou ao público os novos mísseis terra-terra Ghadr, Sajil e Shahab-3. As armas têm um raio de ação capaz de alcançar as bases norte-americanas no Golfo Pérsico e o território israelita.

 

Ahmadinejad assegurou que estes avanços militares têm elevado a capacidade defensiva de seu país para que não possam ser atacados.

 

"Hoje em dia, nossas Forças Armadas têm tanto poder que não há inimigo que se atreva a colocar em prática suas diabólicas ambições, nem colocar suas mãos em nosso país", afirmou o presidente.

 

Subtmetido a um embargo militar desde a década de 1980, o Irã desenvolve um ambicioso programa bélico nacional desde 1992. Isso fez com que o país modernizasse seu arsenal de guerra. Entretanto, grande parte da comunidade internacional - encabeçada pelos Estados Unidos - acusa o regime iraniano de ocultar, por trás de um programa civil, ambições bélicas atômicas.

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