O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, elevou novamente o tom da sua retórica contra Israel nesta sexta-feira, 18, ao dizer que o Holocausto é um "mito". Segundo ele, o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
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Ahmadinejad fez estas declarações, enquanto dezenas de milhares de opositores a seu regime aproveitavam a manifestação anual em solidariedade aos palestinos para protestar pelas ruas de Teerã, ato que foi duramente reprimido. O presidente iraniano pediu às nações do mundo, e em particular às da região, a se levantar contra Israel, porque sua simples existência as "coloca em perigo", e disse que conter o Estado judeu é um "princípio humanitário".
"O pretexto para a criação do regime sionista é falso. Trata-se de uma mentira baseada em uma alegação improvável e mítica", disse ele em sermão na Universidade de Teerã, encerrando a celebração anual do "Dia de Qods (Jerusalém)", uma data marcada pelos ataques verbais a Israel. "Confrontar o regime sionista é um dever nacional e religioso", acrescentou.
Declarações de Ahmadinejad negando o Holocausto já provocaram indignação internacional anteriormente, levando a um maior isolamento do Irã, que já sofre sanções por causa do seu programa nuclear. Ahmadinejad alertou os governos árabes a não se aproximarem de Israel. "Este regime (israelense) não vai durar muito. Não amarrem seu destino a ele (...). Esse regime não tem futuro. Sua vida chegou ao fim", disse ele no discurso transmitido ao vivo pela rádio estatal. "O regime sionista é um símbolo de mentiras e decepção, que se baseia em atitudes colonialistas", acrescentou.
Enquanto Ahmadinejad fazia seu discurso, a Polícia antidistúrbio iraniana, com apoio de milicianos islâmicos Basij, reprimia duramente a manifestação dos opositores, que acabaram em enfrentamentos com gás lacrimogêneo, pedras e garrafas no centro de Teerã. Vários dirigentes reformistas foram agredidos por partidários de Ahmadinejad, incluindo o ex-presidente iraniano Mohamad Khatami. Segundo a agência estatal iraniana Irna, o veículo onde viajava o líder opositor Mir Hossein Mousavi foi atingido por pedras e outros objetos contundentes lançados pelos partidários de Ahmadinejad.