O presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, criticou nesta sexta-feira, 26, os "defeitos' da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acusando o organismo da ONU de obedecer às grandes potências que lutam contra o programa nuclear da República Islâmica, segundo informações da agência AFP.
"Um dos defeitos da AIEA é que troca de posições e atitudes quando está submetida a determinadas pressões políticas", disse o iraniano durante uma conferência de imprensa em Tóquio, no Japão, onde se encontra em visita.
O discurso de Larijani é semelhante ao de outras autoridades iranianas, que se opuseram ao último relatório da AIEA. O documento manifestou sua preocupação pelas atividades nucleares do Irã, que indicavam que Teerã estaria produzindo armas nucleares. Os islâmicos classificaram o relatório de imparcial.
"Creio que a AIEA deveria ser uma organização que estabelecesse suas opiniões baseando-se em fatos, e não faze comentários do tipo 'há possibilidades de algo'", criticou o presidente do Parlamento.
Larijani acrescentou que a AIEA desempenha "muito mal seu papel de apoio aos países que desejam investir em capacidade nucleares com fins pacíficos, devido À influência política de algumas grandes potências". "Seria bom que esses defeitos fossem discutidos" durante a conferência do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, a ser realizada pela ONU em Nova York no mês de maio.
O iraniano, porém, disse que seu país estudará uma proposta do Japão de enriquecer urânio e fornecer o material pronto para ser usado no reator de pesquisas de Teerã.
Na última etapa de sua visita ao Japão, Larijani irá a Nagasaki, local atingido por uma bomba atômica dos EUA em agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, episódio que deixou cerca de 45 mil mortos.